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Estado de Minas AGROPECUÁRIA

Vaca louca no Brasil: ministra da Agricultura minimiza casos

Tereza Cristina disse que infecções por encefalopatia espongiforme bovina em Minas e Mato Grosso são isoladas e não representam riscos à saúde pública


04/09/2021 16:44 - atualizado 04/09/2021 17:20

Doença detectada no Brasil não afetará exportações segundo Ministério
Doença detectada no Brasil não afetará exportações segundo Ministério (foto: Nelson Almeida/AFP)
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina, disse que casos confirmados de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), nome científico do mal da vaca louca, em frigoríficos de Belo Horizonte e Nova Canaã do Norte (MT), são casos atípicos e "isolados".

"Quero só tranquilizar a população de que é um caso atípico, não tem problema para a saúde pública, os casos foram isolados, então, agora o ministério vai tomar todas as providências e dizer que isso não acontece só no Brasil e quando esse caso é achado é porque a gente está verificando, senão, não achava", disse a ministra neste sábado (4/9), em evento em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

A ministra disse que o ministério continuará com todos os protocolos existentes para várias doenças e lembrou que também foram registrados casos na Espanha, na Bélgica e nos Estados Unidos. Cristina reafirmou ser função e missão do Mapa fazer inspeção e fiscalização e "por isso o caso foi encontrado, ou seja, o Mapa está cumprindo com sua obrigação."
O superintendente técnico da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Altino Rodrigues Neto, após a confirmação do caso em Minas Gerais na manhã deste sábado disse estranhar "tanto alarde". "Os órgãos de defesa fazem isso diariamente, coletam material de várias suspeitas de doenças e praticamente todo dia tem alguma possível doença, de notificação obrigatória em diversas espécies animais."
 
Neto disse ainda que espera que tudo seja esclarecido rapidamente para que a cadeia produtiva e exportadora retome suas atividades.

Bovino sacrificado em Minas

O diretor da Faemg destacou que no caso detectado em Minas Gerais, as autoridades sanitárias agiram com agilidade, isolando a propriedade, testando os demais animais do rebanho e sacrificando o bovino com a doença.
 
Altino explicou tratar-se de uma deformação vinda de uma proteína gerada no próprio corpo, sendo comum em alguns animais mais velhos. Ele descartou a possibilidade da contaminação por ingestação. "No Brasil isso é proibido produção e alimentação do gado com proteína animal e os órgãos fiscalizadores são muito rigorosos."
 
A retomada da produção e das exportações levará apenas alguns dias, acredita Altino Neto. E explicou que a suspensão da venda da carne brasileira ao exterior é resultado de tratados internacionais cujos protocolos determinam que qualquer país, diante de uma suspeita, suspenda a venda e execute os protocolos de detecção, isolamento e análise da doença e sua origem. "Isso é automático nos acordos."

O que é o mal da vaca louca?

A encefalopatia espongiforme bovina (EEB) é uma variante da doença de Creutzfeldt-Jakob e foi detectada inicialmente nos anos 1980, no Reino Unido, quando ganhou o apelido de vaca louca, dado pela imprensa britânica

A origem do mal da vaca louca ocorreu uma década antes. Nos anos 1970, era comum que fábricas britânicas de ração animal incluíssem na composição do produto gordura de ovelha.

Na década seguinte, cientistas identificaram que o gado alimentado com esse tipo de ração com proteína animal apresentava uma doença degenerativa grave, semelhante à demência em humanos, devido aos surgimento de príons (proteínas anormais) no cérebro.

Sintomas da vaca louca em bovinos

  • Espasmos musculares
  • Agressividade
  • Isolamento do rebanho
  • Perda de equilíbrio

Transmissão da vaca louca para humanos

A EEB ou vaca louca foi transmitida para humanos por meio do consumo de carne bovina infectada e teve seu auge de casos e mortes nos primeiros anos da década de 1990. No Brasil, a vaca louca teve surtos no fim dos anos 90. O último caso de vaca louca no país foi confirmado pelo Ministério da Agricultura em maio de 2019, em rebanho no Mato Grosso.

Sintomas da vaca louca em humanos

  • Dificuldade de falar e raciocínio
  • Perda de memória
  • Espasmos musculares
  • Dificuldade de andar
  • Falta de coordenação
  • Visão embaçada

Doação de sangue x vaca louca

Em 2016, uma portaria do Ministério da Saúde detalhou 59 critérios para a inaptidão definitiva à doação de sangue para a encefalopatia espongiforme humana (EEB) e suas variantes. Segundo o documento o candidato a doar sangue que tenha tido diagnóstico da popularmente conhecida doença da vaca louca ou qualquer outra forma da doença, além de história familiar da doença, está proibido de doar sangue.

O protocolo é rigoroso também para quem morou no continente europeu. Ninguém que tenha permanecido no Reino Unido ou na Irlanda por mais de três meses entre 1980 e dezembro de 1996 ou tenha morado cinco anos ou mais, consecutivos ou intermitentes, na Europa depois de 1980 até os dias atuais não pode doar sangue.

 


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