Os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia recuaram em setembro, mantendo a tendência de enfraquecimento iniciada em julho com a desaceleração da economia mundial, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira, 10. O Barômetro Econômico Global Coincidente recuou 6,3 pontos em setembro, para 111,8 pontos. O Barômetro Econômico Global Antecedente encolheu 7,2 pontos, para 105,1 pontos.
Todas as regiões pesquisadas tiveram desempenho negativo no mês, com quedas mais acentuadas na região da Ásia, Pacífico e África. Apesar da queda, a FGV destacou que os níveis dos indicadores continuam elevados.
"A retomada do nível de atividade em relação ao período mais severo da pandemia vem ocorrendo na esteira do avanço da imunização e do relaxamento das restrições de mobilidade. No entanto, essa retomada vem ocorrendo em meio à persistência de problemas relacionados às cadeias de suprimentos de diversas matérias-primas, transformando parte do aumento da demanda em elevação de preços ao longo de todas as regiões e setores", avalia Paulo Picchetti, pesquisador do Ibre/FGV, em nota divulgada.
Ele acrescentou que as desacelerações observadas nos barômetros coincidente e antecedente refletem, portanto, as questões ligadas a "restrições de oferta e às alternativas de política econômica para lidar com aumentos generalizados de preços".
O Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica. O Barômetro Antecedente emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais. Os dois indicadores são produzidos pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) em colaboração com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique.
No Barômetro Coincidente, a região da Ásia, Pacífico e África contribui com a maior parcela para a queda, seguida pela Europa e Hemisfério Ocidental, com contribuições negativas de 1,3 e 1,1 ponto, respectivamente. "Todas as regiões ainda registram indicadores acima do nível médio histórico de 100 pontos", informa a nota da FGV.
No Barômetro Antecedente, três regiões contribuem de forma negativa para o resultado de setembro: Europa (-3,6 pontos), Ásia, Pacífico e África (-2,3 pontos) e Hemisfério Ocidental (-1,2 ponto). "A Europa, que no mês passado era a região mais otimista, passa a ser a primeira região a convergir para a neutralidade, ao registrar 99,9 pontos. As demais regiões se mantêm acima dos 100 pontos", acrescenta a nota.
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