A produção de motos subiu 30,2% em agosto contra julho, mês de férias coletivas nas montadoras do polo industrial de Manaus, chegando ao segundo melhor resultado do ano. No total, 123,7 mil motos foram fabricadas no mês passado, segundo balanço da Abraciclo, associação que representa o setor.
Na comparação com o mesmo mês de 2020, a alta foi de 25,8%. Desde o início do ano, a produção de agosto fica atrás apenas do número registrado em março: 125,6 mil motocicletas.
Na avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, o resultado confirma a retomada de atividade das fábricas de motos, que tentam acelerar a produção para diminuir as filas de espera formadas nas concessionárias no início do ano, quando o funcionamento das linhas foi comprometido por restrições da pandemia.
Em janeiro, em meio ao colapso nos hospitais de Manaus, o governo local limitou o expediente na indústria a 12 horas diárias, incluindo o tempo de deslocamento dos funcionários até o local de trabalho. Além disso, toda a produção de oxigênio foi destinada aos hospitais para tratamento de pacientes com covid-19, afetando etapas da produção que dependem de gases industriais, como trabalhos de solda.
Agora, o ponto de atenção, segundo Fermanian, está nos riscos de abastecimento de peças da Ásia, onde surtos de covid levam a fechamento de portos. "Estamos acompanhando atentamente as dificuldades de logística para o fornecimento de insumos. Houve casos de fechamento de alguns portos, principalmente na China, devido aos casos da variante delta do coronavírus. Esse é um problema global", comenta o presidente da Abraciclo.
Ele acrescenta que o aumento no custo de aquisição do produto, com o avanço da inflação e dos juros dos financiamentos, também pode afetar a reação do setor.
Desde o início do ano, as montadoras de motos produziram 787,6 mil unidades, o que representa um aumento de 33,8% em relação aos oito primeiros meses de 2020, quando a indústria de veículos de duas rodas também foi afetada pela chegada da pandemia ao País.
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