Depois de o comércio varejista de Belo Horizonte ter registrado alta de 4,63% nas vendas no primeiro semestre, os empresários demonstram mais otimismo para os próximos meses. De acordo com levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o segundo trimestre do ano fechou com indicador de confiança em 55,3 pontos. No primeiro trimestre esse índice era de apenas 40,1 pontos.
Até o fim do ano, o calendário de datas comemorativas promete impulsionar as vendas no varejo. "Acabamos de promover a Semana do Brasil, que ajuda a movimentar o comércio em setembro. Ainda teremos pela frente o Dia das Crianças, Black Friday e Natal. Todas essas datas são extremamente importantes para o comércio. Para que elas sejam positivas, é imprescindível que, além do controle da inflação, haja geração de emprego, renda e a promoção de um cenário econômico seguro e com boas perspectivas", comenta o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
O presidente da entidade lembra ainda que o resultado poderia ter sido melhor se o comércio da capital não sofresse tantas restrições em função da pandemia do coronavírus. Nos seis primeiros meses do ano, o comércio ficou de portas fechadas quase 90 dias e nos outros três meses só funcionou com rigorosas restrições. A recuperação mesmo somente começou a partir do Dia das Mães, em maio.
Outro ponto em relação à recuperação econômica apontada pela Câmara está ligado ao recuo da inadimplência entre os residentes e empresas de Belo Horizonte. "Em julho, a inadimplência entre os belo-horizontinos caiu 8,39%. Entre as empresas, a desaceleração foi de 3,71%. Esses dados nos mostram que tanto as pessoas físicas quanto jurídicas estão preocupadas em honrar suas dívidas e deixar o banco de inadimplentes", observa Souza e Silva.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a capital mineira atingiu no mês de julho um saldo líquido de 6.641 empregos. "Com as pessoas trabalhando, a tendência é que elas tenham seu poder de compra aumentado e, assim, possam ser atuantes nos processos de compra e venda do varejo", analisa o dirigente.
Apoio para MEIs
A CDL anunciou que lançará em breve um programa de apoio para os microempreendedores individuais (MEIs) da capital e região metropolitana. "Vamos apoiar os micro empreendedores na criação, consolidação e sustentabilidade de negócios, acesso a linhas de crédito com taxas diferenciadas, consultoria jurídica e contábil, dentre outros benefícios", adiantou o presidente. "As MEIs já mostraram a sua força e, mais, mostraram que são capazes de movimentar bilhões de reais e gerar milhares de empregos. Por isso, esses pequenos empresários precisam receber o apoio de entidades que tenham expertise em mercado", completa.