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Estado de Minas FIM DA SUSPENSÃO

Sauditas suspendem restrição de importações de carne de frigoríficos de MG

Suspensão das compras teve início no dia 6 de setembro, mas só foi confirmada nessa terça-feira (15/9). Mal da 'vaca louca' foi o motivo da interrupção


15/09/2021 19:34 - atualizado 15/09/2021 21:52

Frigoríficos mineiros que haviam sido vetados para exportar carne para a Arábia Saudita foram liberados novamente para vender os produtos ao país
Frigoríficos mineiros que haviam sido vetados para exportar carne para a Arábia Saudita foram liberados novamente para vender os produtos ao país (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Um dia após o Ministério da Agricultura anunciar que a Arábia Saudita havia  suspendido as importações  de carne bovina de cinco frigoríficos de Minas Gerais, o governo saudita confirmou, nesta quarta-feira (15/9), que a interrupção foi extinta.

Apesar de ter sido divulgada somente nessa terça (13/9), o país já havia parado de comprar carne de estabelecimentos do estado desde o dia 6 de setembro.

A Saudi Food and Drug Authority (SFDA), agência governamental que regula alimentos e medicamentos na Arábia Saudita, divulgou uma  lista atualizada  com os estabelecimentos brasileiros autorizados para exportar carne bovina ao país.

Os cinco frigoríficos mineiros que haviam sido vetados pelos sauditas já estavam em "verde" na relação divulgada, ou seja, com permissão concedida para vender os produtos.

Haviam sido suspensas a importação de carne bovina dos frigoríficos: Plena Alimentos S/A, em Pará de Minas, Supremo Carnes, em Ibirité e Campo Belo,  Dimeza Alimentos, do Grupo Fricon, em Contagem, e a MaxiBeef Carnes, de Carlos Chagas.

A agência saudita não havia informado o motivo da suspensão. O Ministério da Agricultura, no entanto, confirmou que a interrupção estava relacionada ao caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), o mal da "vaca louca", uma vez que um caso da doença foi identificado em Minas e outro no Mato Grosso.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) já havia concluído que os casos identificados em Minas Gerais e Mato Grosso não representavam risco para a cadeia de produção bovina brasileira.

Questão comercial


Para o analista de economia e política Miguel Daoud, a restrição imposta pela Arábia Saudita foi levada mais pelo lado comercial do que sanitário. O especialista disse que a interrupção foi estratégica, com intuito de negociar preço. Na visão de Daoud, como a demanda por carne bovina brasileira é grande, os sauditas não tiveram força para alterar os valores.

“São estratégias comerciais. A Arábia Saudita se valeu da interrupção do fornecimento, não por questões sanitárias, mas, sim, por questões comerciais, mas viu que nesse momento essa estratégia não vai funcionar e retomaram a importação”, analisou.

Agora, o Brasil deve se concentrar no diálogo com a China no sentido da liberação da exportação de carne bovina para o país. As vendas estão suspensas desde o dia 4 de setembro, seguindo o protocolo que determina a suspensão de embarque das carnes em caso de identificação da "vaca louca".

Miguel Daoud aposta que as restrições devem ser retiradas em até 10 dias. “Devem voltar. Mais cinco, seis dias essa situação volta. No máximo em 10 dias volta, não vai demorar mais do que isso”, projetou.

Números expressivos do setor

As cifras envolvendo a negociação de carnes de frigoríficos de Minas Gerais são bastante expressivas. O estado apurou receita de US$ 586 milhões somente de janeiro a agosto deste ano envolvendo acordos de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada.

O valor representa um aumento de 20,1% se comparado com o mesmo período do ano passado, contribuindo, ainda, com 2,2% do total de vendas externas do estado, que somaram US$ 26,663 bilhões.

Outros tipos de carnes, como de aves e miudezas, frescas, refrigeradas ou congeladas também registraram números consideráveis nos oito primeiros meses do ano: foram US$ 167 milhões em vendas, um aumento de 38,4% em relação ao mesmo período de 2020.


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