O Fundo Monetário Internacional avaliou como positiva a atuação do Banco Central brasileiro ao adotar um ciclo de alta de juros a fim de combater a alta dos índices de preços ao consumidor, que foi motivada em boa medida pela depreciação cambial e elevação de preços de commodities. "Diretores apoiam a atual (postura) de aperto da política monetária para enfrentar o aumento da inflação e manter as expectativas de inflação bem ancoradas", apontou o FMI, no documento que trata da conclusão das consultas do seu conselho executivo ao País, no âmbito do Capitulo 4 deste ano.
O FMI prevê que o IPCA subirá 5,8% neste ano, baixará para 3,7% em 2022 e recuará um pouco para 3,3% em 2023. Entre 2024 e 2026, a instituição multilateral prevê que o indicador apresentará taxa de 3% nestes três anos.
O Fundo destaca que, em relação às decisões do BC sobre os juros, "devido à incerteza em relação ao cenário (econômico), políticas precisariam continuar a depender de dados, complementadas por comunicação proativa e claro forward guidance". Os diretores do Fundo apontaram que é bem vindo o compromisso do BC com a taxa de câmbio flexível e "limitar intervenções para conter condições desordenadas de mercado".
Segundo os diretores do FMI, o "sistema bancário tem sido resiliente e apoiou a recuperação" do nível de atividade em meio à pandemia da COVID-19. "Eles concordaram que a gradual retirada do apoio financeiro relacionado à crise é apropriado e endossam os esforços das autoridades para ampliar a inclusão financeira e promover competição no sistema bancário."
Os diretores do FMI também receberam de forma positiva as iniciativas das autoridades no Brasil para "adotar atividades para responder a riscos climáticos" e ressaltaram que muitos deles encorajam uma colaboração próxima entre elas e membros do staff do Fundo para "analisar riscos climáticos em avaliações macroeconômicas e de estabilidade financeira".