O Banco Central da China anunciou na sexta-feira (24/9) que todas as transações de criptomoedas são consideradas ilegais no país, incluindo o popular bitcoin.
"As atividades comerciais relacionadas com a moeda virtual são atividades financeiras ilegais", disse a instituição, alertando que elas "põem seriamente em risco a segurança dos bens das pessoas".
A China é um dos maiores mercados de criptomoedas do mundo. As flutuações ali geralmente afetam o preço global dessas moedas virtuais.
Após o anúncio, o preço do Bitcoin caiu mais de US$ 2 mil (R$ 11 mil).
A proibição na China é a mais recente de uma série de ofensivas contra o que Pequim vê como um investimento especulativo e volátil, na melhor das hipóteses, e lavagem de dinheiro, na pior.
Movimentos de Pequim
A negociação de criptomoedas foi oficialmente proibida na China desde 2019. No entanto, ela continuou a ser feita online por meio de transações no exterior.
Em maio, as autoridades financeiras alertaram os compradores que eles poderiam perder dinheiro e, no mês seguinte, bancos e plataformas de pagamento receberam notificações para evitar transações de criptomoedas.
Mas o anúncio de sexta-feira é a indicação mais clara de que a China quer fechar ao cerco ao comércio de criptomoedas em todas as suas formas.
A declaração deixa claro que os envolvidos em "atividades financeiras ilegais" estão cometendo um crime e serão processados.
E sites estrangeiros que fornecem esses serviços online para cidadãos chineses também são considerados ilegais.
Migração de mineração
A tecnologia no núcleo de muitas criptomoedas, incluindo o bitcoin, é baseada em milhares de computadores distribuídos ao redor do planeta que verificam e controlam as transações em um livro-razão conhecido como "blockchain".
Novas "moedas" são distribuídas aleatoriamente como recompensas para aqueles que se engajam em um trabalho conhecido como "mineração" criptográfica.
Há muito tempo, a China, com seus custos de eletricidade relativamente baixos e hardware de computador mais barato, é um dos principais centros de mineração do mundo.
Mas a repressão do gigante asiático às criptomoedas já atingiu a indústria de "mineração".
Pequim proibiu o comércio de computadores de alta capacidade para uso nessa atividade.
O efeito é claro: enquanto em setembro de 2019, 75% do uso de energia do Bitcoin no mundo estava concentrado na China, em abril deste ano, essa taxa havia caído para 46%.
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