A redução de 0,7% na produção industrial em agosto de 2021 ante agosto de 2020 foi decorrente de perdas em 14 dos 26 ramos industriais investigados na Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda interrompeu uma sequência de 11 meses de crescimentos. Segundo André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, a base de comparação já vinha mostrando elevação em relação ao pior momento do choque provocado pela pandemia de covid-19 em 2020, ao mesmo tempo em que a indústria registra perda de ritmo na produção.
Entre as atividades, as principais influências negativas foram de produtos alimentícios (-7,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,2%). Houve perdas relevantes ainda em produtos de borracha e de material plástico (-6,6%), bebidas (-6,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-10,1%), outros produtos químicos (-3,4%), indústrias extrativas (-1,6%), produtos do fumo (-23,3%), móveis (-12,9%) e produtos de metal (-3,4%).
Na direção oposta, entre as 12 atividades em crescimento, os destaques foram máquinas e equipamentos (23,7%) e metalurgia (20,0%), mas também mostraram impactos significativos os setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (3,6%), produtos de minerais não-metálicos (5,6%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (8,5%), impressão e reprodução de gravações (39,1%), couro, artigos para viagem e calçados (8,5%), produtos de madeira (9,8%) e outros equipamentos de transporte (13,7%).
O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, desacelerou de 54,7% em julho para 52,8% em agosto. Apesar do arrefecimento, o índice de difusão permanece pelo 12º mês seguido acima de 50%.
"Tem se observado que esse porcentual tem sido cada vez menor, cada vez mais próximo de 50%", acrescentou Macedo.
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