O governo cancelou nesta terça-feira (19/10) o evento de anúncio do novo Auxílio Brasil. O motivo foi a confusão acerca do tema, pois ainda não se tem ideia de onde virá o recurso para custear o programa que substituirá o Bolsa Família. O evento ocorreria às 17h no Palácio do Planalto. Ao Correio, o Ministério da Cidadania confirmou o cancelamento e apontou que será remarcada uma nova data, ainda sem previsão. Convidados chegaram a comparecer ao local e foram informados na porta que a cerimônia não iria mais ocorrer.
De um lado, a equipe ministerial é contra qualquer acréscimo de pagamento que esteja fora do teto de gastos. Do outro, o presidente e a ala política acreditam que o aumento da mensalidade poderá alavancar popularidade, o que seria essencial visando a reeleição do chefe do Executivo.
O valor médio das parcelas deverá passar dos atuais R$ 189 para R$ 400, até o final de 2022. A quantia, defendida pela base do governo no Congresso Nacional, é acima da proposta inicial de R$ 300 da equipe econômica, que, segundo fontes, estaria tentando frear qualquer possibilidade de que os pagamentos ultrapassem o teto de gastos públicos, ideia que estremeceu o mercado financeiro hoje.
O governo termina de pagar o auxílio emergencial neste mês, quando, só então, estão previstos os primeiros pagamentos do novo programa de renda mínima. Ontem, Bolsonaro chegou a mencionar novamente a intenção de estender o auxílio emergencial e afirmou que a decisão seria tomada nesta semana, o que aumentou ainda mais o imbróglio sobre a questão.