Os tanqueiros, caminhoneiros responsáveis pelo transporte de combustível em Minas, entraram em paralisação nesta quinta-feira (21/10). O movimento começou na madrugada e não tem previsão de término.
Na porta de uma das distribuidoras, além de faixas, foi colocado um caixão. Circula entre os caminhoneiros a informação de que tanqueiros dos demais estados do Sudeste também aderiram à paralisação de hoje.
“A situação está péssima para o transporte, é complicado. O diesel é caríssimo, a manutenção dos caminhões, as peças, tudo muito caro. O pedágio. Os carros estão todos sucateados devido aos fretes ruins. São vários fatores”, explicou o caminhoneiro ao Estado de Minas nesta manhã. Ele destacou que os rumos da paralisação agora dependem das negociações do governo com os representantes da categoria.
No último domingo, grupos de caminhoneiros de diversas categorias já haviam anunciado uma
greve a partir de 1º de novembro
. Além da questão do valor dos combustíveis e frentes, os caminhoneiros reivindicam o retorno da aposentadoria especial após 25 anos de contribuição ao INSS.
Em 9 de setembro, caminhoneiros articularam protestos por todo o Brasil . Os motoristas chegaram a bloquear estradas de 15 estados, incluindo Minas Gerais, por aproximadamente 24 horas.
No fim da manhã, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) divulgou uma nota sobre a manifestação. A entidade informou que apoia os caminhoneiros e avalia que, se o movimento durar mais de 24 horas, pode haver desabastecimento de combustíveis em postos com estoques mais baixos. Leia na íntegra:
"Diante do anúncio do Sinditanque-MG que 100% da categoria aderiu à paralisação desta quinta-feira, o Minaspetro informa que apoia o pleito dos caminhoneiros e tem trabalhado junto às autoridades para buscar soluções que reduzam o ICMS dos combustíveis. A avaliação atual é que se o movimento durar mais de 24 horas, é possível que haja desabastecimento em postos que apresentavam estoques mais baixos.
O setor de combustíveis tem vivido uma intensa crise nos últimos meses, com ameaça de falta de produto pela Petrobras, escalada de preços e instabilidade internacional. A redução do preço dos combustíveis é uma luta antiga do Minaspetro, que tem dialogado permanentemente com o governo de Minas para buscar alternativas para cessar os aumentos do PMPF – base de cálculo para o tributo –, propondo o congelamento do preço de pauta, como já foi realizado por alguns estados da federação.
O Minaspetro acredita que em um momento de forte instabilidade, em que a população já sofre com altos preços e desemprego por causa dos efeitos da pandemia, a realização de greve não é o caminho ideal para a solução do problema."