Com uma produção de 7,97 milhões de toneladas em 2020, Uberaba, no Triângulo Mineiro, assume a liderança no ranking das 100 principais cidades produtoras de cana-de-açúcar do Brasil. De acordo com dados do IBGE divulgados nessa quarta-feira (20/10), a cidade mineira tirou o posto de Morro Agudo (SP), que produziu 7,62 milhões de toneladas e fica agora em segundo lugar.
Segundo nota da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG), divulgada no site CanaOnline, o setor de cana-de-açúcar é, atualmente, um dos mais sustentáveis do agronegócio.
“Além da implantação da cana estar sendo feita em áreas antropizadas, proporciona a regeneração do solo, a partir de práticas agronômicas de cultivo mínimo em sua implantação. Ocorre também a incorporação de matéria orgânica através da palha que fica no solo, e o reaproveitamento de resíduos ricos em fósforo e potássio como a vinhaça e a torta de filtro”, diz, em trecho do comunicado.
Ainda conforme a associação, as usinas do estado reutilizam toda água através do circuito fechado de produção, sendo que esta técnica contribui com o meio ambiente, produzindo energia renovável como o etanol, a bioeletricidade, energia elétrica produzida do bagaço da cana, e reduzindo em mais de 90% as emissões de gases do efeito estufa.
Impacto negativo
Por outro lado, apesar dos benefícios econômicos e geração de emprego, há muita polêmica quanto à questão ambiental envolvendo a plantação de cana-de-açúcar como, por exemplo, a poluição do ar gerada pela queima da planta.
Segundo ambientalistas, apesar de proibida, segundo lei federal, a queima da cana continua acontecendo na região de Uberaba e causando transtornos à população pela fumaça e pela fuligem.
Para o ambientalista e coordenador da ONG Voz do Cerrado, Carlos Marcos Perez Andrade, conhecido como Cacá Sankari, o clima de Uberaba mudou muito após a expansão das plantações de cana de açúcar no município.
“As chuvas na cidade a cada ano vêm reduzindo cada vez mais. Além disso, hoje temos tempestades de areia e fuligem. Tudo isso devido à ação predatória da cana, ou seja, de sua economia insustentável”, afirma.