A greve dos tanqueiros continua nesta sexta-feira (22/10) e
vários postos de Belo Horizonte já apresentam falta de combustíveis
. Nos estabelecimentos em que ainda há estoque, longas filas se formaram. E já tendo passado 'sufoco' para conseguir abastecer, boa parte dos motoristas acredita que o movimento iniciado pela categoria dos tanqueiros deve se prolongar um pouco mais.
A reportagem conversou com vários motoristas que enfrentaram as filas gigantes e todos reconheceram que "correram para completar o tanque" com medo de que a paralisação dos tanqueiros possa se prolongar.
A reportagem conversou com vários motoristas que enfrentaram as filas gigantes e todos reconheceram que "correram para completar o tanque" com medo de que a paralisação dos tanqueiros possa se prolongar.
O gerente de loja Roberto Vieira Ribeiro, de 56 anos, contou que já tinha rodado por vários postos na cidade e o que encontrou mais vazio foi o da Vila Estação na Rua Tupinambás, localizado no Centro da capital.
“Fiquei na fila por aproximadamente 20 minutos.Vim completar o tanque porque a gasolina do meu carro já estava quase acabando. Como preciso dele para poder ir ao trabalho, prefiro estar prevenido caso a greve dure mais dias”, afirmou.
Roberto, entretanto, acredita que a greve não vai se estender muito. “Acho que não deve durar por muito tempo não. O governo deve tomar alguma providência, pois já teve a experiência de quando ocorreu aquela vez em que ficou parado por várias semanas e prejudicou muita gente”, acrescenta.
O motorista de aplicativo Cleuber José Chaves, de 62, que também abasteceu no mesmo posto, afirmou que a paralisação deve lhe causar prejuízos. “Isso prejudica muito no meu trabalho, uso o veículo como instrumento de trabalho, e rodei uns quatro postos até conseguir achar este que estava mais vazio e ainda tinha gasolina”, lamentou.
“Mas se a greve continuar vou para o interior e esperar ela passar, porque vai ser impossível trabalhar com esta bagunça”.
No posto Pica Pau, localizado na Avenida do Contorno, no Bairro Carlos Prates, a fila chegou a 1 km e motoristas ficaram esperando muito tempo para conseguir abastecer.
O gerente de manutenção Rubens Fabiano Rodrigues, de 40, contou que faz o uso do carro para poder se deslocar ao trabalho e que ficou uns 30 minutos na fila. “ Neste posto agora só tem álcool, mas com os rumores é bom correr e completar o tanque, para não ficar sem combustível depois”.
Rubens acredita que a paralisação pode se estender por mais dias. “Acho que sim, visto que tudo aumentou de preço, tanto a gasolina, quanto alimentação. Os impostos estão bem altos e os tanqueiros estão indignados com esta situação. Acredito que esta paralisação vá ser igual a de 2018 que durou por vários dias”, destacou.
O Posto Quick, na Avenida Tereza Cristina, também no Carlos Prates, tinha bastante movimento durante a manhã desta sexta (22/10). Francisco Morais, de 80, que após enfrentar grandes filas, conseguiu abastecer, relatou o sentimento da maioria: "acredito que o grande medo das pessoas seja o receio de ficar sem gasolina; não tem em nenhum posto para poder abastecer”.
Mesmo assim, ainda agradeceu por ter conseguido abastecer: “Mesmo com esta paralisação, o que conforta é que em alguns postos ainda possuem combustíveis, mesmo tendo que enfrentar longas filas por algumas horas. O pior é quando acaba e você precisa dormir na fila para conseguir abastecer”, concluiu.
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Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira