O início da
paralisação dos tanqueiros
, caminhoneiros que fazem o transporte de combustíveis, levou a Grande BH a um cenário parecido com o da greve da categoria em 2018 nesta sexta-feira (22/10):
filas para abastecimento
e postos
fechando as portas por falta de insumos
. Responsáveis por estabelecimentos ouvidos pelo
Estado de Minas
relatam dificuldades e pedem cautela à população.
“Eu tenho álcool, gasolina aditivada e diesel, acabou a gasolina comum. O consumidor também está muito agitado, está todo mundo com medo, acaba enchendo o tanque. Eu tinha produto que duraria quatro dias, vai acabar hoje”, conta.
Segundo ele, pela manhã, encontrou diversos postos na mesma situação ao longo da MG-010. No fim da manhã, ele recebeu informações sobre falta de combustíveis no município de Vespasiano. Ferreira calculava que, se as pessoas não estivessem fazendo filas para encher o tanque dos carros, o combustível no posto onde trabalha duraria até a segunda-feira. Mas, segundo ele, a gasolina aditivada deve terminar no início desta tarde.
“O consumidor está muito agitado, está todo mundo com medo, acaba enchendo o tanque. Eu tinha produto que duraria quatro dias, vai acabar hoje”, comentou. “Evitar realmente congestionar o posto, porque é bobagem. O volume pequeno que abastece não vai resolver problema de ninguém. Se a pessoa puder não viajar de carro nesse período é melhor. Fora isso, é esperar o que vai acontecer”, aconselha.
Sobre as reivindicações dos tanqueiros, o administrador disse achar justas. “O caminhoneiro tem razão. O diesel o ICMS é absurdo, e o frete sobre combustível é absurdo. Eles não conseguem cobrar o preço cheio do frete e realmente é muito baixo. O caminhoneiro basicamente sofre para trabalhar”, disse.
O gerente de um posto na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, no Padre Eustáquio, Região Noroeste de Belo Horizonte, Frederico José Santos disse que as bombas estavam vazias desde ontem à noite e, pela manhã, ainda não tinha previsão para repôr. “De ontem para hoje, aproximadamente 25 mil litros”, estima sobre a quantidade de combustíveis que deixou de vender.
O gerente de um posto na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, no Padre Eustáquio, Região Noroeste de Belo Horizonte, Frederico José Santos disse que as bombas estavam vazias desde ontem à noite e, pela manhã, ainda não tinha previsão para repôr. “De ontem para hoje, aproximadamente 25 mil litros”, estima sobre a quantidade de combustíveis que deixou de vender.
Dono de três postos, um empresário de Belo Horizonte, que não será identificado, disse que teve problemas em alguns estabelecimentos ontem. A carga que chegou a algumas unidades dele foram encaminhadas com escolta. Ele também soube de colegas que enviaram carretas particulares e tiveram os veículos apedrejados, o que também foi relado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) em uma
nota no site da entidade
hoje, acompanhada de fotos de um caminhão cujo para-brisa da cabine foi depretado.
“Eu estou em uma expectativa de não evoluir muito mais não”, comentou sobre a continuidade do protesto que, segundo a categoria, é por tempo indeterminado. “ Sou completamente contra ir para fila de posto de gasolina agora, só em extrema emergência mesmo. A fila é efeito manada. O cara passa em frente ao posto de gasolina e está lotado, ele vai para a fila. Isso é ruim”, avalia. Ele também relatou ter recebido combustíveis normalmente nesta manhã.
Entenda o caso
A paralisação dos transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo em Minas Gerais atinge 100% dos tanqueiros no Estado, segundo o presidente do Sindtanque-MG, Irani Gomes. Cerca de 800 caminhões estão parados na região metropolitana de Belo Horizonte, sem nenhuma interdição de rodovias ou estacionamentos. São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo também aderiram à paralisação.
Os motivos do protesto, segundo o sindicato, são os altos custos dos combustíveis praticados pela Petrobras e o ICMS dos combustíveis em Minas Gerais. Durante a manifestação, dois caixões foram colocados na entrada da BR Distribuidora, em Betim (MG), para simbolizar a "morte do frete".
O sindicato informou que a greve é por tempo indeterminado, até que haja negociações com os governos. "Estamos com os braços cruzados até que o governo se sensibilize e olhe para essa categoria", afirmou Irani Gomes. A Câmara dos Deputados aprovou um projeto para reduzir os preços dos combustíveis, mas o presidente do Sindtanque-MG não considera a solução eficaz. "Isso é apenas tampar o sol com a peneira", avaliou Gomes.