O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Usiminas está completando 50 anos de atividades em outubro. Localizado na usina de Ipatinga, no Vale do Aço, ele é considerado o maior do gênero na indústria siderúrgica da América Latina.
O local tem sido responsável pelo desenvolvimento de aços de alto valor agregado para automóveis mais seguros e com menos impacto ambiental, para instalação de torres de energia eólica e solar e outras aplicações que passaram a ser demandas da indústria brasileira.
As ações realizadas pelo centro são direcionadas para absorver, gerar e disseminar conhecimentos científicos e tecnológicos voltados para o desenvolvimento e melhoria de produtos em aço, otimização dos processos industriais e redução de custos, sempre integrados aos conceitos de sustentabilidade.
Para o presidente da companhia, Sérgio Leite, ao longo de sua história, a Usiminas sempre buscou aprimorar produtos e processos, investindo em tecnologias e gerando soluções inovadoras nesse segmento.
“A necessidade das empresas de se manterem competitivas em um mercado cada vez mais acirrado como o de produção e beneficiamento do aço, levam as companhias a investirem estrategicamente em pesquisa e desenvolvimento, criando soluções para aprimorar os seus processos e serem cada vez mais eficientes e sustentáveis.”
Segundo a empresa, o Centro de P&D, está integrado com todas as unidades da companhia, sendo um de seus grandes diferenciais competitivos, contribuindo para o seu desenvolvimento tecnológico e potencializando-a como desenvolvedora de aços de extrema qualidade.
Conhecimento e investimento
Atualmente, o Centro de Pesquisas ocupa uma área de 13 mil metros quadrados e conta com uma equipe de cerca de 100 profissionais, entre pesquisadores, cientistas e técnicos. Com foco em treinamento e capacitação, 69% do efetivo possui mestrado, 13% doutorado e 12% especialização. Além de investimentos em treinamentos e parcerias com universidades, siderúrgicas e centros de pesquisa no exterior como Japão, Estados Unidos, Inglaterra e França.
“Nosso objetivo é sempre estar à frente do nosso tempo, caminhando na vanguarda do conhecimento. Aumentando e treinando a nossa equipe, incluindo, cada vez mais mestres e doutores no nosso time”, afirma o gerente-geral do Centro de P&D, Carlos Salaroli.
Segundo ele, a companhia também realiza investimentos em equipamentos sofisticados, desenvolvimento de técnicas de análises e simulações para otimizar os processos siderúrgicos, desenvolvendo novos aços, melhorando a qualidade dos existentes e apoiando seus clientes para o melhor desempenho de seus produtos e processos.
Produtos e antecipação de demandas
Na área de produtos, os principais objetivos, segundo Salaroli, são o desenvolvimento de novos aços e aprimoramento dos já produzidos para o mercado automotivo, eletroeletrônico, utilidades domésticas, embalagem, construção civil, máquinas pesadas, tubos, plataformas e navios.
Os tipos de aço para cada uma dessas finalidades vêm evoluindo ao longo do tempo e para o gerente, uma das metas é conseguir estar sempre se antecipando às demandas dos diferentes mercados.
Na área automotiva, por exemplo, ele lembra que a demanda é crescente por veículos mais compactos, econômicos, menos poluentes, mais seguros e com designs mais complexos.
Para isso, os estudos do Centro de Pesquisa estão voltados para aços com maior resistência mecânica, que permitem a redução do peso dos automóveis por meio da utilização de chapas com menor espessura e desempenho igual ou superior na estrutura do carro.
Além de alta resistência mecânica, estão voltados também para os aços que demandam elevada capacidade de absorção de energia contribuindo, dessa forma, para mais proteção aos passageiros durante uma eventual colisão.
Centro de Memória em Ipatinga
Como parte das comemorações de seus 59 anos de operação, a companhia inaugura nesta terça-feira (26/10) o Centro de Memória Usiminas, instalado no prédio do Grande Hotel, em Ipatinga.
O local que estava fechado à visitação pública, vai permitir aos visitantes acesso, de maneira interativa e com recursos de tecnologia, à história da indústria do aço, da própria Usiminas e do município.
Além do acervo histórico, o Centro exibirá, também, importantes obras de nomes representativos das artes moderna e contemporânea do país. São pinturas e esculturas assinadas por nomes como Amílcar de Castro, Tomie Ohtake e Bruno Giorgi, reunidas pela empresa ao longo de sua história e que antes tinham acesso restrito aos colaboradores.
O Centro de Memória Usiminas vai funcionar em um prédio que é patrimônio arquitetônico da cidade de Ipatinga e reforçar um conjunto de bens que foram recentemente restaurados pela empresa e entregues à população como a Academia Olguin, a Estação Pedra Mole e a Fazendinha.
“No momento que a empresa caminha para o seu 60º aniversário de operação, entregamos à população não só de Minas Gerais, mas para o Brasil, um ambiente para experiência e que evidencia a história da nossa indústria”, afirma Sergio Leite.
Segundo ele, a proposta do lugar é proporcionar aos visitantes uma viagem ao passado, a vivência de momentos importantes para a formação da cidade e um resgate da identidade da região.
“Hoje, ainda temos uma cidade jovem e convivemos com os pioneiros de sua construção. Mas é importante que tenhamos esse registro sempre em andamento para que esse legado se mantenha para as próximas gerações. É mais um presente que oferecemos à comunidade, mais uma forma de ampliarmos e incentivarmos o acesso à cultura.”
O historiador e curador do espaço, Rodrigo Vivas, acrescenta que diferentemente de um museu, o Centro de Memória é vivo e tem o conceito de conversar com as pessoas. O objetivo é não só abrigar objetos, como também, apresentar para a população um acervo interativo de conhecimento, memória, cultura e inovação.
“A população vivenciará, de forma prática, toda a essência da Usiminas: dos seus processos produtivos às suas práticas de sustentabilidade e tecnologia, bem como, ter acesso à exclusivas obras de arte. Além disso, resgatamos a história do Vale do Aço, tivemos várias escutas com a comunidade, que também são atores da construção desses fatos. Precisamos preservar a nossa história, a nossa memória”, destaca Vivas.
Grande Hotel
Localizado no bairro Castelo, o Grande Hotel Ipatinga foi construído pela companhia ainda durante a implantação da usina, para hospedar empreendedores siderúrgicos, autoridades nacionais e internacionais, assim como para a realização de eventos.
O projeto é do arquiteto Rafael Hardy Filho e a inauguração ocorreu em 1961. O hotel funcionou até os anos de 1990 e foi tombado como patrimônio cultural municipal em 2000, sendo conservado pela empresa.
Serviço:
- Funcionamento: de quarta-feira a sábado, das 10h às 18h e no domingo das 10h às 13h
- Entrada: gratuita
- Reservas para visitação: agendamentos de grupos e visitas mediadas pelo WhatsApp do Instituto Usiminas (31)98437-3330
- Site e outros endereços on-line: https://www.institutousiminas.com
*Estagiária sob supervisão da editora assistente Vera Schmitz