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Estado de Minas COMÉRCIO

Vendedores de flores têm expectativa morna sobre vendas no dia de Finados

Comerciantes esperam volume de vendas igual ou pouco maior do que em 2020, em função dos efeitos da pandemia e fatores relacionados à produção


29/10/2021 12:21 - atualizado 29/10/2021 16:30

Ricardo Moreira Porto arruma banca em que expõe flores
Ricardo Moreira Porto estima aumento de no máximo 10% nas vendas e fala de aumento (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Comerciantes que trabalham com flores e plantas em Belo Horizonte não têm grandes expectativas em relação às vendas na próxima terça-feira (2/11), quando é celebrado o dia de Finados e milhares de pessoas passam pelos cemitérios para homenagear os entes queridos que já se foram. Apesar de uma expectativa do aumento de visitas às necrópoles devido à vacinação contra a COVID-19, vendedores ouvidos pelo Estado de Minas não esperam um grande aumento na procura em relação a 2020.

“O cenário não mudou muito. Ainda temos limitações, as dificuldades do comércio voltar ao que era antes. No comparativo com 2020, (as vendas) vão ter uns 5% a 10% de crescimento. Está muito longe da realidade que era em 2019”, explica Ricardo Moreira Porto, gerente da distribuidora Holambelo Flores e Plantas, localizada no Bairro Santo André, Região Noroeste de Belo Horizonte. 

“Distribuo para as floriculturas, para quem vende nas portas (dos cemitérios). Eles têm falado a mesma coisa, que não voltaram ao normal ainda. Há uma dificuldade do comércio se restabelecer novamente. As pessoas ainda estão um pouco retraídas, ainda estão ficando em casa, não é todo mundo que está saindo e consumindo. A expectativa é pequena. Está todo mundo com muito pé no chão, sem correr riscos, sem comprar grandes quantidades”, comenta Porto. 
 
O presidente da Associação de Distribuidores e Produtores de Flores e Plantas de Minas Gerais, Flávio Vieira, também concorda com a baixa expectativa de vendas para este ano. 

“Ano passado, o movimento caiu em torno de 80% a 90%. Esse ano, a tendência é se manter. Não tem expectativa de aumentar e recuperar um pouco das vendas, devido a pandemia.”

Para ele, a principal razão está na determinação da Prefeitura de Belo Horizonte de não permitir a venda de flores na porta e dentro dos cemitérios. “Uma boa parte das pessoas deixava para comprar (as flores) no local. E como é feriado também, muitas floriculturas vão fechar, já que não existia esse hábito de comprar nas floriculturas.”

Outro motivo seria o perfil das pessoas que vão aos cemitérios no Dia de Finados. 

“Geralmente, são pessoas mais velhas que têm esse hábito. Só que essas pessoas estão morrendo e os jovens não têm essa cultura. Tem a pandemia também, muita gente ainda está com medo de sair de casa. Os idosos ainda estão receosos em sair para ir ao cemitério. Esses fatores todos prejudicam bastante as vendas.”
 

Aumento do custo de produção  


Ricardo Porto acredita que, neste ano, questões envolvendo a produção também afetaram os valores das flores. “Os preços subiram bastante. O custo da produção não só da flor, mas de tudo, subiu bastante. Não é diferente para as flores não”. O gerente citou como exemplo o crisântemo, talvez a flor mais procurada no dia de Finados. Segundo ele, no comparativo com o ano passado, a flor teve um aumento de 20% a 25%.
 
Flávio Vieira é outro que resslata o aumento no custo de produção das flores. “Primeiro não estava tendo venda. O produtor não plantou lá atrás, devido ao medo de fazer investimento e uma colheita demora de 6 a 8 meses. Como não houve investimento, as flores têm pouco volume de produção. Por isso, a tendência é o preço subir. Mas, eu acredito que é a pandemia mesmo que está repercutindo, principalmente a restrição da Prefeitura." 

Alcione Ribeiro
De Moeda, na Grande BH, a comerciante Alcione Ribeiro não comprou muitas flores para observar a demanda na cidade (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


A clientela também concorda. Alcione Ribeiro é dona da Agro Pet Moeda, no município da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além dos produtos específicos da loja, ela costuma vender flores ao longo do ano para diversificar a oferta do estabelecimento, e aumenta a variedade em datas especiais.

“Está mais caro do que ano passado. É essa questão do transporte, preço do diesel, tudo isso. As distribuidoras trazem de outros estados e têm o custo de transporte muito alto. E também teve a queda da produção no auge da pandemia. Agora, tem que recuperar o prejuízo. Não tem jeito, (o aumento) é repassado para o consumidor final”, analisa. 

Ela não espera um volume muito grande de vendas nos próximos dias. “Aumento não acho que vai ter não, vai ser igual ao ano passado. Estou comprando até menos, porque também vou começar a expor a partir de hoje à tarde e amanhã. Se eu ver que está esvaziando, eu reponho na segunda”, disse. Ao mesmo tempo, ela considera um fator específico em Moeda que pode fazer diferença no feriado. “Lá na minha cidade o pessoal é muito católico, muito religioso, e faz questão de levar flores para os entes queridos. Depois de muitos anos o cemitério foi todo reformado, tem capela nova, é um ponto muito positivo. Isso pode levar mais pessoas a visitar o cemitério”, disse. 

Gilda Neves
Gilda Neves, que tem uma loja no Buritis, acredita que os preços estão maiores porque, com a vacinação, há mais celebrações e maior procura (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

 
Proprietária da Floricultura Mirelly, no Bairro Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, Gilda Neves comenta que, apesar de considerar que a maioria das pessoas adquire as flores nas portas dos cemitérios em 2 novembro, ela comprou uma quantidade um pouco maior para a loja. Gilda também afirma que achou as flores bem mais caras, mas atribui o aumento a outros fatores.

“Dizem que o pessoal ficou parado na pandemia, não teve a mesma produção e agora está faltando produto”, diz. O segundo aspecto, para ela, tem a ver com o cenário atual da pandemia. “Está todo mundo comemorando, por isso está mais caro. Agora com a vacinação tem mais celebrações. Está caro por causa da demanda”, considera. 

Já o presidente da Associação de Distribuidores e Produtores não acredita que o aumento da demanda por eventos seja outro fator. “ O que eu vejo é mais a falta de investimento no mercado, durante a pandemia.

Rogério da Silva
Rogério da Silva, que tem uma banca na feira da Avenida Carandaí acredita que a situação está melhorando (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


Em outra parte da cidade, Rogério da Silva, responsável pela Banca do Paulo, que fica na Feira das Flores da Avenida Carandaí, Região Centro-Sul de BH, diz não ter visto grande diferença de preços. “Um ou outro fornecedor aumentou”, diz.

Ele explica que a maior parte da demanda que chega até ele é para o dia a dia e, no caso dele, as vendas aumentaram nesse sentido. “O movimento é muito grande na semana, para fazer uma festinha em casa. Melhorou por causa da vacinação. A gente (feira) voltou em maio, logo depois do Dia das Mães, e as vendas têm crescido, surgiram clientes novos. Tem esse otimismo”, avalia o comerciante. 


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