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Estado de Minas CONSTRUÇÃO CIVIL

Vendas de imóveis superluxo em BH e Nova Lima crescem 150% no ano

No total, as duas cidades registraram 3.623 apartamentos novos comercializados, uma alta de 33,59%; é o melhor resultado desde o início da série histórica


04/11/2021 18:28 - atualizado 04/11/2021 19:42

Vista de Belo Horizonte
Setor imobiliário de BH e Nova Lima apresenta resultados positivos, apesar do aumento no custo da construção civil (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 24/5/20)

As vendas de imóveis residenciais padrão superluxo, ou seja, com valores acima de R$ 2 milhões, em Belo Horizonte e Nova Lima, saltaram 152,4% de janeiro a agosto deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Dos 3.623 apartamentos novos comercializados no período, 212 foram no segmento superluxo. Na mesma comparação, as vendas totais de todos os segmentos representam uma alta de 33,59%. É o melhor resultado desde o início da série histórica.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (4/11) pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). O bom desempenho também foi registrado para os lançamentos, com um total de 3.813 unidades, representando uma alta de 70,15% em relação ao ano anterior. 

O padrão standard foi o que mais se destacou em termos quantitativos, totalizando 1.196 unidades vendidas, seguido pelo padrão econômico, com 1.151 unidades. Os dois também apresentaram o maior volume de lançamentos no período. 

O preço médio de venda de imóveis novos, por m2, em agosto, ficou em R$ 10.494, representando um aumento de 16,35%, em relação ao mesmo mês de 2020. Segundo a Sinduscon, essa alta está relacionada ao aumento no custo da construção e ao baixo patamar de unidades disponíveis para venda. 

Vendas menores que os lançamentos

 
Em agosto, os lançamentos de empreendimentos residenciais em BH e Nova Lima, superaram as vendas, repetindo o resultado de julho. Segundo os dados do Sinduscon-MG, as duas cidades venderam 385 apartamentos novos, enquanto os lançamentos atingiram 490 unidades, em sete empreendimentos. O valor total de lançamentos foi de R$ 309 milhões e o valor total de vendas ficou em R$ 275 milhões. 


O estoque de novas unidades disponíveis para comercialização continua baixo, em 3.254 unidades. "Observamos uma maior acomodação nas vendas, mas isso não significa desaquecimento do mercado. As vendas estão se acomodando em um patamar elevado, bem acima da média histórica", explica a economista da Sinduscon-MG, Ieda Vasconcelos. 


De acordo com ela, agosto apresentou o segundo melhor patamar para o mês desde o início da série histórica, que teve início em 2016. O resultado só foi inferior ao registrado em agosto de 2020, com 537 unidades vendidas. A média histórica mensal é de 317 unidades. 

"São quase 20 meses consecutivos com vendas superiores ao patamar médio histórico."

O maior número de unidades vendidas está no padrão econômico (até R$ 215 mil) e standard (até R$ 400 mil). Os dois respondem por quase 55% das vendas. Porém, as vendas de imóveis de padrão luxo e superluxo continuam se destacando, alcançando 10,6% e 8,3% respectivamente, do total comercializado em agosto. 

A Região Centro-Sul de BH foi a que registrou maior venda de apartamentos, com 70 unidades, seguida pela Região Norte, com 68 unidades, e a Região da Pampulha, com 62 unidades. 

O maior volume de lançamentos também aconteceu na Região Centro-Sul, com 190 unidades. A região é ainda a que detém o maior número de unidades disponíveis para venda (880).

"Em Belo Horizonte, particularmente, há uma dificuldade em lançar imóveis de padrão econômico, em função do aumento do custo da construção, além de dificuldades com terreno e burocracia em excesso", ressalta Ieda. 

Quanto ao estoque de apartamentos disponíveis para venda, apenas 9,56% do total (311 unidades) estão prontos. As demais estão na planta (42,35%) ou em construção (48,09%). Além disso, o maior número é de apartamentos de dois quartos (69,36%) e estão localizados nas Regiões Centro-Sul, Oeste, Noroeste e Norte. 

Mais crédito 


Um fator que tem ajudado no aumento das vendas é o crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança. De janeiro a setembro deste ano, foram financiadas 663.250 unidades em todo o país com esses recursos, o que representa uma alta de 137,68% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em relação aos valores, ao todo, foram financiados R$ 154.691 bilhões, o que corresponde a uma alta de 96,30% em relação ao mesmo período do ano passado. 

Custo da construção tem impacto no preço


Segundo a Sinduscon-MG, o custo da construção, em Belo Horizonte, registrou um aumento de 0,69% em outubro de 2021, sendo a menor variação desde julho de 2020 (0,41%). No acumulado de janeiro a outubro, a alta no custo já está em 16,51%, a maior para o período na era Pós-Real. 

Levando-se em conta o custo com material, este aumento chega a 30,12% nos dez meses do ano. Em outubro, a emulsão asfáltica e o tubo de ferro galvanizado foram os insumos com as maiores altas de preço mensais. 

Resultado positivo na geração de vagas 


Apesar do desabastecimento, falta de insumos e aumento de preço dos materiais de construção, o setor da construção civil continua gerando vagas de emprego. Em setembro de 2021, foram 24.513 novos postos de trabalho com carteira assinada no país. Neste mês, Minas Gerais foi o terceiro estado com maior criação de novas vagas, com 2.284. 

De janeiro a setembro, foram criadas 261.531 novas vagas com carteira assinada no país, sendo o melhor resultado desde 2012. Minas Gerais ocupou a segunda melhor colocação, com 42.622. 

Nos últimos 12 meses encerrados em setembro, o número de trabalhadores com carteira assinada na construção civil cresceu 11,71% no país, 13,50% em Minas Gerais e 15,41% em Belo Horizonte. Com esses resultados, o setor ultrapassou o número de trabalhadores no período pré-pandemia (janeiro de 2020). 

Retomada econômica e desafios


O presidente do Sinduscon-MG, Renato Michel, destacou a importância da construção civil na recuperação econômica do país.

"Um setor que manteve as obras funcionando durante a pandemia, com todas as medidas de segurança, o que garantiu um nível de infecção muito baixo nas obras. A construção civil pôde continuar o seu trabalho, manter os empregos no setor, além de aumentar o número de empregados. Foi um dos poucos setores da economia que conseguiu ter uma geração de vagas positivas em 2020 e 2021."

Michel também ressaltou alguns desafios para o setor, como a alta na taxa de juros no país. 

"A maioria dos compradores de imóvel vão precisar, em alguma medida, de financiamento imobiliário e essa elevação na taxa de juros aumenta a prestação que eles vão pagar, sem que nós aumentemos o valor das unidades. Se o preço de venda permanecesse o mesmo, ainda assim, teríamos um aumento na prestação pelo fato da taxa de juros ser maior que de alguns meses."

Ele afirma que, em parceria com os governos federal e estadual, o setor vai buscar soluções para o controle do preço dos materiais de construção e para o preço do financiamento imobiliário, principalmente para a população de baixa renda. 

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, destacou que o aumento da taxa de juros é um fator que causa preocupação. 

"A nossa preocupação é muito mais pelo lado dos efeitos macroeconômicos que o aumento da taxa de juros possa gerar do que efetivamente na prestação (do financiamento imobiliário)."

Segundo ele, o aumento da taxa Selic faz com que o poder de compra das pessoas diminua. Porém, para Martins, o mais preocupante são os efeitos na geração de emprego e na redução do investimento. 
 
*Estagiária sob supervisão  da editora-assistente Vera Schmitz
 


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