A produção de motos no mês passado praticamente repetiu, com leve queda de 0,4%, o volume de setembro. No total, 108,5 mil unidades foram montadas nas fábricas concentradas no polo industrial de Manaus. Frente a outubro de 2020, houve alta de 19,3% na produção de motocicletas, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira pela Abraciclo, associação que representa o setor.
No comparativo interanual, o resultado decorre do crescimento de 0,9% das vendas de motos nas concessionárias, para 97 mil unidades, e de 79,5% das exportações, que chegaram a 4,2 mil motos em outubro, além da recomposição de estoques.
Mesmo com as restrições associadas ao colapso do sistema de saúde em Manaus, que obrigaram as fábricas a reduzir o horário de produção no primeiro bimestre, a produção de motos passou de 1 milhão de unidades desde o início do ano. O volume supera em 28,1% o total dos dez primeiros meses de 2020 e, entre períodos equivalentes, é o maior desde 2015.
Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, a produção continua aquecida para fazer frente à demanda gerada pela busca por transporte individual e pelo crescimento dos serviços de entrega (delivery) desde o início da pandemia. Ele acrescenta que as motos representam um meio de transporte mais econômico e acessível diante da escalada nos preços dos combustíveis e dos automóveis.
"Esse número 1 milhão de motos produzidas em 2021 é ainda mais significativo quando analisamos o contexto do ano, que começou com um primeiro bimestre muito difícil devido à segunda onda da pandemia do coronavírus em Manaus, que comprometeu cerca de 100 mil unidades. Desde então, as fabricantes têm imposto um ritmo intenso na produção para atender a demanda", observou Fermanian ao comentar os resultados do setor.
Apesar da perspectiva de demanda forte nos próximos meses, o presidente da Abraciclo citou preocupações com os efeitos sobre o consumo decorrentes da alta dos juros.
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