Os 19 terrenos, somados, formam uma área de 50 hectares. Em pauta, além da venda ao setor privado, há a possibilidade de abrir conversas com as prefeituras locais para a comercialização.
"Vamos vender. Isso é decisão tomada. Você pode ter diferentes formas de exploração da área e diferentes maneiras de alienar", diz, ao Estado de Minas, o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados da pasta, Diogo Mac Cord.
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Ele participou do evento que detalhou os imóveis cuja venda é desejada pela União. Mac Cord conta que, nesta semana, esteve com João Marcelo Dieguez (Cidadania), prefeito de Nova Lima, e Fuad Noman (PSD), vice-prefeito belo-horizontino. "Pediram que, antes de a gente vender aquele imóvel, fosse criado grupo de trabalho entre a União, as duas prefeituras e o governo do estado, com o Ministério Público, para podermos definir a melhor aplicação daquela área", afirma.
Ainda não há edital aberto para a venda de imóveis da União em Minas. Primeiro, o governo vai ao mercado sondar interessados para descobrir o tamanho monetário da disposição dos potenciais compradores. O Planalto não divulga quem fez propostas pelos terrenos entre Belo Horizonte a Nova Lima, mas Mac Cord garante que a audiência de hoje foi proveitosa. "Todos os maiores grupos imobiliários de Minas estavam presentes".
"A gente sempre acha que a melhor alternativa é vender ao privado com as regras urbanísticas pré-aprovadas. É um 'ganha-ganha' porque a 'bola' não fica presa em nenhum poder público. O setor privado a gente sabe que é muito mais rápido e dinâmico nas respostas", assevera.
Apesar disso, o poder público é soberano e, se as prefeituras manifestarem interesse, poderão arrematar as áreas sem a necessidade de leilão. As cifras envolvidas, porém, precisarão ser negociadas. "Não adianta nada a gente achar que o terreno vale R$ 150 milhões e, eles, que o terreno vale R$ 10 milhões", exemplifica.
E o futuro?
Ainda não há estimativas sobre o valor do terreno na Região Metropolitana. O espaço está em avaliação sobre, inclusive, as melhores formas de destinação. Mac Cord, porém, crê que é possível dar diferentes fins ao espaço. Ele cita, em tom hipotético, a construção simultânea de prédios e de vias para comportar modais de transporte público.
"Há 'n' formas de aproveitar esse imóvel, mas não observando o que se fez no Brasil na década de 1960 e replicando os erros das cidades que cresceram de forma desorganizada. Podemos observar o que Cingapura, Hong-Kong e Tóquio têm feito: é no sentido contrário, de adensamento, mas com projetos modernos, que levem verde à cidade, e não um 'paliteiro' de prédios cinzas".
A cartela de imóveis cuja alienação é pretendida pelo governo tem 139 espaços localizados em Minas Gerais. Na relação, há por, exemplo, um prédio na Rua Sapucaí, tradicional área boêmia do Bairro Floresta, na Região Leste de BH. Cento e vinte e dois dos empreendimentos estão vinculados à Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), autarquia da pasta de Economia. Outros 17 têm relação com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
A ideia de ouvir o mercado para, a partir das sinalizações externas, construir os editais, é a base da Proposta de Aquisição de Imóveis (PAI).
"A gente inverte a lógica de esforço: em vez de ser o governo federal tentando escolher, dentre os mais de 700 mil imóveis, quais vamos colocar à venda, o mercado escolhe quais quer comprar. Usamos, de maneira muito mais eficiente, a máquina pública", finaliza Mac Cord.