O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu o apoio do funcionalismo à reforma administrativa, que prevê uma reformulação no RH do Estado, com novas regras para contratar, promover e demitir funcionários públicos. Para ele, esse amparo deve ser dado porque a proposta vai trazer "modernização do serviço público, digitalização, maior produtividade e meritocracia".
"Inclusive propusemos reforma administrativa onde nós não íamos atingir nenhum direito do funcionalismo público atual, só estávamos criando um filtro justamente para valorizar o funcionalismo atual, não é só fazer concurso público e ganhar estabilidade", afirmou nesta quarta-feira, 24, na abertura do 1.º Seminário da Corregedoria do Ministério da Economia.
Guedes também citou a "contribuição" dada pelo funcionalismo público à "melhoria" das finanças públicas a partir da suspensão do reajuste do salário desses funcionários. "Tenho muito orgulho desse grupo, não acreditem nas versões editadas do que eu falo", disse o ministro. "As narrativas são sempre desfavoráveis, mas nós sabemos do trabalho que fazemos."
Ele elogiou a equipe do Ministério da Economia e disse que, inclusive, "toda hora" está "perdendo gente boa" que é ou buscada pelo mercado ou por unidades internas do governo. O ministro citou, por exemplo, o caso do ex-secretário do Tesouro Mansueto Almeida, que saiu do ministério e hoje é economista-chefe do BTG.
Guedes ainda relembrou do início do governo Bolsonaro, com a integração das pastas que se tornaram o Ministério da Economia. "Montando sempre em duplas. Trazia alguém de fora, pra trazer inovações, mas sempre com alguém ao lado que pudesse preservar o core, as boas práticas internas do ministério (...) Tenho enorme orgulho de todos vocês, o que conseguimos fazer foi: integramos cinco ministérios que gastavam R$ 15 bilhões ano, transformamos num ministério, que gasta R$ 10 bilhões, nenhum outro desafio institucional e administrativo dessa magnitude foi lançado para os outros ministérios", afirmou.
Lucro 'até excessivo' na produção de petróleo
Durante o evento, o ministro disse ainda que o papel do governo é "cuidar da população" e não focar em outras questões como buscar lucro "até excessivo" com a produção de petróleo no Brasil, mercado que é dominado pela Petrobras. "Estamos aqui para cuidar da população e não tentar fazer chapa de aço com prejuízo, petróleo com lucro, que às vezes até o mercado, todo mundo reclama, que é até excessivo, exatamente pela concentração e verticalização do mercado."
A menção do ministro vai na linha de declaração recente do presidente Jair Bolsonaro, que disse no fim de outubro que a estatal precisaria reduzir sua margem de lucro.
Guedes criticou o modelo intervencionista de governo. "Eu sempre disse que o erro é de modelo. Não são as pessoas em si, mas modelo equivocado, que tem intervenção demais na economia, vai derrapando em direção à corrupção. Você tem gente que era muito idealista, entrou na política, 20, 30, 40 anos depois está tendo problema na Justiça exatamente porque esse modelo de intervenção não é saudável", afirmou Guedes, segundo quem a pasta tem feito um trabalho cada vez mais integrado com órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria-Geral da União (CGU) e até a Procuradoria-Geral da República (PGR). "Exatamente tendo aquela filosofia que é melhor prevenir do que remediar. Mantém altos padrões de integridade, confiança de que precisamos ter um nos outros, de quem ninguém vai desonrar o trabalho dos outros, que toda vez que alguém comete erro desse toda a classe, categoria é acusada", disse.
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