Atentos à saúde e ao bem-estar dos seus animais de estimação, muitos tutores investem em cuidados especiais. De acordo com uma pesquisa feita com empresários do setor, 67,9% dos pet shops oferecem produtos e serviços e 40,6% dos estabelecimentos contam com o atendimento médico veterinário.
“É um segmento que tem inovado para atrair novos negócios. Não à toa, em 62,8% das empresas, o gasto médio dos tutores varia entre R$ 25 a R$ 100”, observa a economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Gabriela Martins.
Considerado um segmento promissor, os pet shops têm ganhado espaço nos últimos anos. Com faturamento de R$ 40,1 bilhões em 2020, o Brasil está entre os três maiores mercados do mundo para produtos pet.
O valor é 13,5% superior ao registrado em 2019, de acordo com o Instituto Pet Brasil. Esses produtos buscam atender mais de 140 milhões de animais de estimação, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).
Mais produtos e serviços para fidelizar o cliente
Segundo a pesquisa, os pet shops têm ampliado seu mix de produtos e serviços para fidelizar os clientes. Entre os segmentos mais buscados pelos tutores estão:
- alimentícios (36,9%)
- medicinais (33,6%)
- higiene (27,0%)
- acessórios para o animal (23,7%)
- brinquedos (20,7%)
- vestimentas (8,3%)
Já entre os serviços estão:
- banho e tosa (56,4%)
- transporte (52,5%)
- hospedagem (26,0%)
- adestramento (25,0%)
- passeador de cães (13,3%), os chamados dog walkers
Em relação aos serviços veterinários, embora quatro em cada dez empresas façam esse tipo de atendimento, 83,2% desses estabelecimentos não são abertos a todos os animais.
“A pesquisa captou uma oferta de 3,7% de planos de saúde para pets. Embora ainda pequeno, esse mercado segue em expansão e atento a uma rotina de cuidado crescente por parte dos tutores”, explica Gabriela.
Para fidelizar esse público, 54,5% dos empresários afirmaram oferecer algum diferencial em relação à concorrência. Entre os atrativos estão programas de fidelidade e assinatura, qualidade no atendimento, transporte para os animais, variedade de produtos e serviços, atendimento personalizado e promoções.
Atuação on-line
Apesar desses diferenciais, só 37,8% usam a internet como uma modalidade de vendas.
“Muitas empresas são de pequeno porte, o que pode ser um fator complicador para a implantação de serviços on-line, que demandam mais investimento. Porém, dos empresários ouvidos, 11,4% pretendem adotá-los no prazo de seis meses (40,0%)”, destaca a economista.
Segundo a pesquisa, os canais de vendas on-line mais utilizados por quem atua nesse segmento são:
- redes sociais (79,7%)
- WhatsApp (57,1%)
- marketplace (15%)
Já os principais meios de divulgação adotados pelos pet shops são:
- redes sociais (82,2%),
- cartões e panfletos (7,5%)
- indicação de clientes (6,7%)
Impactos da pandemia
Assim como todo o varejo, o segmento de pet shop também sofreu os efeitos da pandemia de COVID-19. Mais da metade dos entrevistados (54,3%) sentiu algum impacto com a crise.
Para 67,9% desses empresários, o efeito foi negativo, enquanto 24,6% consideraram positivo. Entre os estabelecimentos prejudicados pela pandemia, 94,5% registraram queda nas vendas, 14,7% dispensaram funcionários e 9,8% fecharam a loja durante a paralisação das atividades.
Entre as empresas beneficiadas pela pandemia, 66,1% notaram aumento na procura por serviços, 49,2% perceberam melhora na procura de produtos e 15,3% ampliaram seus canais de venda.
Para 10,2%, os impactos positivos estão relacionados à aquisição de mais pets, pelos tutores, durante a pandemia, à oferta de transporte gratuito e ao auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.