Cimed X é um projeto de longo prazo do grupo, que é a terceira maior farmacêutica do Brasil. O objetivo é pesquisar e desenvolver novos produtos e moléculas até mesmo no espaço. O projeto começou há cinco meses. Em 2 de dezembro, o presidente do grupo esteve na Nasa, em Cabo Canaveral, para lançamento oficial.
Estudo espacial com vírus da COVID-19
Proteína do SARS-Cov-2 será levada ao espaço como primeiro experimento do Cimed X, informa a empresa. A segunda fase vai simular a ação do aparelho digestivo humano com teste de absorção de vitaminas por leveduras.
Pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Celso Benedetti explica que o experimento é parte de pesquisa para “revelar a estrutura atômica da proteína nucleocapsídeo do vírus SARS-CoV-2 ligada a uma molécula de RNA”. Ele acrescenta que não foi possível obter cristais da proteína N (nucleocapsídeo) em solo e que no espaço pode haver êxito.
O espaço como laboratório farmacêutico
A etapa é para experimento de cristalização de proteínas no espaço, metodologia que já existe há mais de 20 anos para gerar cristais de proteína com melhor qualidade através da microgravidade.
Amostras serão enviadas para o módulo japonês da ISS, KIBO, em parceria com empresas nipônicas e agência espacial do Japão (JAXA). O experimento brasileiro será feito por três meses com um astronauta em órbita. Se o resultado for positivo, o material será levado para o acelerador de partículas do centro de pesquisa em Campinas (SP). Um estudo por cristalografia pode avaliar como a proteína age no organismo e interage com possíveis medicamentos.
De olho no futuro
Lucas Fonseca, CEO da Airvantis, considera que “há muitas oportunidades a serem exploradas no campo da medicina e da biologia em termos de experimentos espaciais”. Para ele, é importante “colaborar na realização de trabalhos brasileiros na Estação Espacial Internacional”.
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