A Fitch Ratings reafirmou o rating soberano do Brasil em 'BB-', porém com perspectiva negativa, o que indica a possibilidade de a agência rebaixar a nota de crédito do País no curto prazo. Ao justificar a perspectiva negativa, a agência cita riscos à economia e finanças públicas vindos do aperto das condições financeiras em meio ao aumento das incertezas sobre a credibilidade da regra do teto depois das manobras da PEC dos precatórios que abriram espaço para o governo gastar mais no ano que vem.
Incertezas fiscais, alta inflação, e volatilidade cambial vão pesar na economia no ano que vem e aumentaram o risco de continuidade do quadro de recessão, enquanto o aumento do custo da dívida, somado ao maior déficit primário, leva à deterioração das finanças públicas em 2022, diz a Fitch, que reconhece, por outro lado, avanços da consolidação fiscal em 2021.
Esses riscos, acrescenta a agência, podem ficar ainda maiores nas eleições presidenciais, possivelmente polarizadas.
A previsão da Fitch é de crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, depois da variação de 4,8% projetada para este ano.
Apesar do progresso da vacinação, que permite a reabertura econômica, e dos preços elevados das commodities, a agência avalia que o aperto acentuado das condições financeiras domésticas, devido a preocupações fiscais e aumento dos juros mais rápido, comprometerá o crescimento do ano que vem. Em paralelo, as eleições e as incertezas associadas à política e improvável avanço da agenda de reformas durante a corrida ao Palácio do Planalto podem prejudicar a disposição a investimentos no Brasil.
Para completar, a Fitch considera em seu cenário um quadro menos favorável da economia internacional, com desaceleração da China e retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos.
ECONOMIA