Pesquisar. Este será o segredo para quem for ao mercado atrás de produtos para a ceia de Natal. O preço de alguns itens apresenta variação de até 133% em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Isso foi o que mostrou o levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (Nepes), da faculdade Una, divulgado nesta quarta-feira (15/12).
No topo da lista estão os vinhos tintos. O valor da garrafa de 750 ml pode variar até 133%, considerando as três marcas mais tradicionais comercializadas no varejo. O mais barato custa R$ 13,99 e o mais caro R$ 32,60.
Não muito atrás, estão os panetones com variação de 131,6% entre as três marcadas analisadas. O preço varia entre R$ 9,49 a R$ 21,98.
Se antes a professora aposentada Célia Reis não deixava faltar o produto entre as iguarias natalinas, hoje, ela tem evitado as prateleiras. “Era começar a vender eu já comprava. Este ano, aproveitei a Black Friday para matar a vontade e só”, conta.
Também é preciso pesquisar na hora de comprar sucos de fruta e uva. A variação desses produtos chega a 106,2% e 70,1%, respectivamente.
Carnes
A pesquisa também levantou o preço das carnes. O Chester apresentou média por quilo de R$ 26,34, com variação de 14,3% entre os estabelecimentos pesquisados. Para este item foram consideradas duas marcas tradicionais.
Além de pouco mais caro, a variação no preço do peru também é maior em Divinópolis, 18,6%. O menor valor encontrado foi de R$ 25,71 e, o maior, R$ 30,48.
O preço amargo dos itens, segundo o coordenador do Nepes, Wagner Almeida, é gerado pela sazonalidade.
“Em 2021 considera-se, ainda, como agravante para a alta, o aumento dos custos de produção, principalmente em função da alta no preço da ração a base de milho, e o aumento das exportações de aves”, explica o também professor universitário Wagner.
Com preço mais em conta, o pernil é encontrado com variação de 16,7%. O valor médio é de R$ 19,51.
Para driblar a alta dos produtos, a recomendação é pesquisar. “Visitar supermercados, feiras e mercadinhos para ver qual oferece o menor preço, pois traz uma diferença significativa. Ir às compras em dias diferentes da semana, pois há dias em que os estabelecimentos fazem promoção”, orienta Almeida.
Também vale a pena buscar marcas alternativas e fugir das tradicionais para economizar. “Fazer uma lista de compras para definir o que vai comprar e o que é essencial, não comprando por impulso, e buscar, no caso das frutas, alimentos da época que tem maior oferta e custo menor. E substituir alimentos, como por exemplo, o tradicional peru chester pelo frango recheado”, completa.
A pesquisa
A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 8 de dezembro de 2021 em cinco diferentes supermercados com representatividade em Divinópolis e em 16 açougues/casa de carnes para levantamento do preço do pernil com osso.
*Amanda Quintiliano especial para o EM