O Banco da Inglaterra (BoE) anunciou, nesta quinta-feira, aumento da taxa básica de juros em 15 pontos-base, de 0,10% a 0,25%, com objetivo de conter a recente escalada da inflação no Reino Unido. A decisão marca a primeira elevação da chamada taxa bancária, desde a emergência da crise econômica provocada pelo coronavírus, em março de 2020.
A alta dos juros não foi unânime no Comitê de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês), uma vez que Silvana Tenreyro preferiu manutenção e contrariou o voto dos oito demais dirigentes.
Segundo comunicado, o banco julgou que algum "aperto modesto" seria necessário para assegurar o retorno da inflação à meta de 2%. O BoE decidiu também manter o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) em 895 bilhões de libras, com consenso total dos membros.
A equipe de especialistas da instituição cortou a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) britânico de 1% a 0,5% no quarto trimestre ante o anterior, citando a emergência da variante Ômicron do coronavírus. Na visão do BoE, a cepa deve pesar sobre a atividade no curto prazo, mas o impacto na inflação ainda é incerto.
Os analistas do BoE também projetam que a inflação ficará em cerca de 5% ao longo da maior parte do inverno britânico, atingindo pico de 6% em abril de 2022. A instituição prevê que as métricas inflacionárias continuarão subindo nos próximos meses, impulsionado sobretudo por energia, mas projeta desaceleração no segundo semestre do ano que vem.
Nesse cenário, o BoE diz ter decidido aumentar juros por conta do mercado de trabalho "apertado" e sinais de que a escalada inflacionário será persistente.
Embora alguns analistas aventassem para a possibilidade de aumento de juros, o mercado como um todo esperava que a taxa básica de juros seria mantida em 0,1%, devido ao forte impacto da Ômicron no Reino Unido. O país voltou a endurecer restrições à mobilidade e registrou recordes de casos.
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