Após decisão de política monetária nesta quinta-feira, 16, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a inflação pode aumentar mais se a alta de preços causar escalada no nível de salários. Além disso, para Lagarde, a aceleração da inflação também reflete a escalada de preços de energia na zona do euro, sendo um vento contrário à economia da área. "Mas, ao longo de 2022, esperamos que os preços da energia se estabilizem, os padrões de consumo se normalizem e as pressões sobre os preços decorrentes dos gargalos de oferta global diminuam", destaca.
De acordo com Lagarde, a inflação aumentou acentuadamente devido ao aumento dos preços da energia e também porque a demanda está ultrapassando a oferta restrita em alguns setores. O BCE manteve as projeções para a inflação da zona do euro significativamente mais altas, acima de 2% ao ano, porém estáveis desde outubro.
"A inflação deve permanecer elevada no curto prazo e diminuir no decorrer do próximo ano. A perspectiva de inflação foi revisada para cima, mas a inflação ainda deve se acomodar abaixo de nossa meta de 2% ao longo do horizonte de projeção", disse a dirigente.
Atividade
A presidente do Banco Central Europeu também afirmou que, apesar de a economia da zona do euro ter desacelerado, o crescimento voltará forte em 2022. "A economia da área do euro continua a se recuperar, e o mercado de trabalho também, ajudado por uma ampla política de suporte", disse.
Lagarde destacou que especialistas da região preveem um crescimento real anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,1% em 2021, 4,2% em 2022, 2,9% em 2023 e 1,6% em 2024. "Em comparação com nossas projeções de setembro, a perspectiva foi revisada para baixo para 2022 e para cima para 2023", afirmou.
Dessa forma, apesar de a economia ter moderado no quarto trimestre de 2021, o PIB retomará o nível anterior à pandemia de covid-19 já no primeiro trimestre de 2022.
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