A procura por empregadas domésticas tem proporcionado um novo aquecimento do setor. Um levantamento mostra que dez cidades do país - das quais nove são capitais brasileiras - foram as que mais contrataram essas profissionais em meio a retomada, depois de passada a pior fase da pandemia da COVID-19. Essas cidades representam quase 30% das oportunidades no ramo só de janeiro a novembro de 2021.
Estes resultados são da Famyle, uma plataforma que conecta as famílias com profissionais do ramo doméstico. São Paulo é a campeã de contratações no período, com 10% de participação em todas as vagas. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, que ficou com 5%. Em terceiro lugar, está Brasília (DF), com 3%.
Esta lista de cidades continua, pela ordem, com Goiânia (GO), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Campo Grande (MS) e Fortaleza (CE). Campinas (SP) é a única cidade que não é capital a entrar neste ranking.
Essas contratações seguem uma tendência já apurada pela empresa, de aumento do número de famílias em busca de profissionais do serviço doméstico. Nos 11 meses de 2021, essa alta chegou a 28% em relação ao mesmo período do ano passado, com um total de cerca de 26 mil vagas nas regiões pesquisadas.
Em 2020, esse total foi próximo de 20,3 mil. A participação das cidades no volume de contratações faz parte das informações apuradas em uma pesquisa amostral feita pela empresa, dentro da sua base de dados no período correspondente e no comportamento do mercado registrado pela plataforma. Confira a lista:
Posição Cidade Vagas abertas
1º São Paulo 2.579
2º Rio de Janeiro 1.200
3º Brasília 883
4° Goiânia 602
5º Curitiba 582
6º Belo Horizonte 510
7º Salvador 467
8º Campo Grande 435
9º Fortaleza 413
10º Campinas 358
Sudeste é a região que mais contrata
Em relação às regiões do país, o Sudeste é onde mais se contrata profissionais do segmento. Foram 55% das oportunidades no ramo só de janeiro a novembro deste ano, na região. Somente o estado de São Paulo foi responsável por 35% dessas admissões.
“A região Sudeste representa essa maior participação porque é onde a economia do país gira bastante e reflete em todo o Brasil. Com certeza, isso reflete exatamente em todos os segmentos, inclusive no mercado de empregadas domésticas. A tendência agora é de que essa participação possa aumentar ainda mais com a retomada econômica”, destaca Guilherme Silva, CEO da Famyle.
O reaquecimento no mercado ocorreu como um sinal de recuperação em um ramo que até então seguia uma tendência de crise motivada pela pandemia. O total de domésticas empregadas no país caiu de 6,4 milhões no final de 2019 para 4,9 milhões em 2020. Ou seja, houve uma perda de 1,5 milhão de vagas de um ano para outro, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Nos estados do Sudeste
Ainda de acordo com o levantamento, São Paulo é o estado que tem a maior participação nessas contratações, dentro do Sudeste. São 63% das vagas geradas nessa região entre janeiro e novembro. “Por ser o mais desenvolvido economicamente, isso tem reflexos diretos nesse mercado também”, avalia.
O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com 17%. Em seguida, estão Minas Gerais (16%) e, por último, Espírito Santo (3%).
Nas outras regiões
O levantamento aponta ainda que o Sul tem a segunda maior participação entre as cinco regiões do país no volume de contratações feitas nos últimos 11 meses do ano. Sua representação é de 18% nas vagas geradas no período, segundo o levantamento da empresa.
Ainda neste ranking, aparecem as regiões Nordeste, com 13% de participação, Centro-Oeste (11%) e Norte (3%). Para Silva, os números mostram que o setor deve manter uma tendência de aquecimento para o próximo ano, diante da retomada da economia e do retorno à normalidade das atividades pós-pandemia.
“A normalização comportamental e abertura de estabelecimentos vão impulsionar o consumo, gerando uma tendência de geração de vagas no setor inédita para 2022”, completa.
Crescimento por regiões
De janeiro a novembro, a região Sul do país foi a que registrou o crescimento mais acentuado das contratações no período. O aumento chegou a 45%, seguido do Nordeste, com 37%, e do Centro-Oeste (34%).
“Esses dados podem indicar um retorno mais rápido das atividades econômicas nessas regiões em contraponto à região sudeste, onde o estado de São Paulo tem grande peso nos resultados e onde tivemos medidas restritivas mais rigorosas ”, analisa Silva.
A região Norte atingiu a marca de 25% de alta nas contratações. Apesar de ter a maior representação de contratações em 11 meses, o Sudeste teve o aumento menos acentuado, com 21%.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.