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Cesta básica em BH teve 2ª maior alta do país entre novembro e dezembro

Pesquisa mostra que custo da cesta básica em 2021 aumentou em todas as capitais pesquisadas, mesmo após a queda de preço de alguns de seus itens


07/01/2022 12:17 - atualizado 07/01/2022 13:16

 cesta básica
Segundo o Diesse, em 2021, o valor da cesta básica aumentou nas 17 capitais onde realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (foto: Auremar de Castro/EM/D.A Press))
A primeira semana de 2022 nem bem acabou e pesquisas divulgadas nesta sexta-feira (7/1) mostra dados de um cenário econômico nada alentador: a retração na produção industrial do país e a alta dos preços da cesta básica.

Primeiro, o desempenho negativo da produção industrial pela sexta vez consecutiva nos últimos meses, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para arrematar, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgou pesquisa sobre as altas progressivas do valor da cesta básica. E Belo Horizonte ficou entre as que tiveram maiores altas no país, entre novembro e dezembro.

Segundo o Dieese,  em 2021, o valor da cesta básica aumentou nas 17 capitais onde mensalmente é realizada a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

As altas mais expressivas, quando se compara dezembro de 2020 com o mesmo mês de 2021, foram registradas em Curitiba (16,30%), Natal (15,42%), Recife (13,42%), Florianópolis (12,02%) e Campo Grande (11,26%).

As menores taxas acumuladas foram as de Brasília (5,03%), Aracaju (5,49%) e Goiânia (5,93%).

Entre novembro e dezembro de 2021, o valor da cesta subiu em oito cidades, com destaque para Salvador (2,43%) e Belo Horizonte (1,71%). A redução mais importante foi registrada em Florianópolis (-2,95%).

Salário mínimo necessário

O Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário para arcar com os custos de uma família com quatro pessoas.

Em dezembro de 2021, esse valor deveria equivaler a R$ 5.800,98 ou 5,27 vezes o mínimo de R$ 1.100,00.

Em novembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 5.969,17 ou 5,43 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2020, o salário mínimo necessário foi de R$ 5.304,90, ou 5,08 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 1.045,00.

A pesquisa do Diesse revelou ainda que aumentou o tempo médio necessário para adquirir uma cesta e também o custo, levando em conta o salário mínimo.

Em dezembro de 2021, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 119 horas e 53 minutos. Em novembro, a jornada necessária foi calculada em 119 horas e 58 minutos. Em dezembro de 2020, a média foi de 115 horas e 08 minutos.

Poder de compra


Quando se compara o custo da cesta básica e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em dezembro de 2021, 58,91% do rendimento para adquirir os mesmos produtos que, em novembro, demandaram 58,95%. Em dezembro de 2020, a média foi de 56,57%.

Em Belo Horizonte, o valor médio da cesta básica em 2021 foi de R$ 571,11, o que corresponde a um aumento de 16,30% em relação a 2020 (R$ 491,08).

A elevação observada no preço médio da cesta básica fez com que, pelo terceiro ano consecutivo, o salário mínimo perdesse poder de compra em relação ao custo da cesta básica na capital mineira.

Preços em BH


Entre novembro e dezembro, os preços dos gêneros alimentícios tiveram elevação de 1,71%.

Em 2021, nove produtos tiveram alta acumulada de preço:


  • café em pó (65,83%), açúcar cristal (40,32%), tomate (36,76%), farinha de trigo (25,89%), carne bovina de primeira (10,20%), pão francês (3,94%), banana (1,61%), óleo de soja (0,61%) e manteiga (0,51%).

E, contrapartida, há registros de diminuições de preços  para a batata (-33,57%), o arroz agulhinha (-19,92%), o feijão carioquinha (-9,88%) e o leite integral (-0,47%).

Entre novembro e dezembro, houve elevação do preço médio para os seguintes itens: banana (52,42%), café em pó (25,04%), açúcar cristal (2,05%), farinha de trigo (1,82%), manteiga (0,99%), carne bovina de primeira (0,69%) óleo de soja (0,24%) e pão francês (0,23%).

Os produtos que apresentaram redução de preço:

  • batata (-20,35%), tomate (-10,03%), feijão carioquinha (-,93%), arroz agulhinha (-4,17%) e leite integral longa vida (-0,47%).

Em dezembro de 2021, o trabalhador belo-horizontino remunerado pelo salário mínimo comprometeu 121 horas e 2 minutos da jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais, tempo superior ao registrado em novembro de 2021, quando ficou em 118 horas e 59 minutos. Em dezembro de 2020, o tempo comprometido foi de 119 horas e 41 minutos.

Quando comparados o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, a relação foi de 59,48%, em dezembro, e 58,47%, em novembro de 2021. Em dezembro de 2020, o percentual era de 58,82%.

O preço do quilo do tomate subiu em todas as cidades em 2021, com variações expressivas em Natal (102,29%), Vitória (58,53%), Florianópolis (43,85%), Rio de Janeiro (42,39%) e Belo Horizonte (36,76%).

Houve diminuição da área plantada e busca por culturas mais lucrativas, por causa do menor consumo das famílias em 2021.

A farinha de trigo aumentou em todas as capitais do Centro-Sul onde é pesquisada. As altas mais expressivas ocorreram em Curitiba (33,82%), Belo Horizonte (25,89%), Vitória (22,50%) e Porto Alegre (17,20%). Baixos estoques de trigo e a desvalorização cambial, que encareceu o estoque importado, elevaram os preços.

O valor da manteiga também subiu nas 17 capitais, com taxas que oscilaram entre 0,51%, em Belo Horizonte, e 27,03%, em Vitória.

O leite integral registrou acréscimos em 12 cidades, os maiores observados em Florianópolis (9,52%), Belém (7,54%), Brasília (5,75%), Salvador (5,61%) e Curitiba (5,24%).

O clima seco e as geadas de julho prejudicaram as pastagens. O alto volume exportado de milho e soja elevou os valores dos insumos para o produtor.

Arroz e feijão mais baratos em BH


O preço do arroz agulhinha diminuiu em 15 capitais. As taxas mais expressivas foram registradas em São Paulo (-21,00%), Porto Alegre (-20,63%), Belo Horizonte (-19,92%) e Goiânia (-19,01%).

Alguns motivos explicam a queda do preço médio do produto: menor demanda interna, em decorrência da queda de renda dos brasileiros e, ainda, a dificuldade de transporte, devido ao aumento do valor do frete internacional, o que elevou os estoques em vários países e reduziu o preço no exterior.

O valor do feijão diminuiu em 13 cidades, entre dezembro de 2020 e de 2021. O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, apresentou elevação de preço apenas em Salvador (7,56%) e Campo Grande (3,22%). Nas demais cidades, houve recuo, com taxas que oscilaram entre -11,65%, em Goiânia, e -0,51%, em Recife.

Já o feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, acumulou queda no Rio de Janeiro (-5,64%), em Florianópolis (-2,19%) e Curitiba (-2,06%).

Em Porto Alegre (5,87%) e Vitória (5,15%), os percentuais foram positivos. Mesmo caindo na maior parte das cidades, o preço do feijão esteve em altos patamares durante o ano, o que reduziu a demanda interna.

Alta acumulada de preços


Os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos mostraram que, entre dezembro de 2020 e de 2021, nove produtos tiveram alta acumulada de preços em quase todas as capitais pesquisadas.

Foram eles: carne bovina de primeira, açúcar, óleo de soja, café em pó, tomate, pão francês, manteiga, leite integral longa vida e farinha de trigo, no Centro-Sul, e de mandioca, no Norte e Nordeste.

O preço do açúcar aumentou em todas as capitais em 2021, com taxas que variaram entre 32,12%, em Fortaleza, e 73,25%, em Curitiba.

A baixa oferta interna ocorreu devido ao volume exportado, ao clima seco e às geadas de julho, que fizeram com que o preço do açúcar no varejo se mantivesse alto ao longo do ano.

Todas as cidades acumularam alta no preço do óleo de soja, entre dezembro de 2020 e de 2021. O café em pó acumulou aumento em todas as cidades.

Ao longo do ano, a expectativa foi de menor produção mundial. No segundo semestre, a geada e a estiagem prolongada causaram impactos na produção e na safra de 2022 e consequente diminuição da oferta e, por isso, o café foi negociado por maior preço no mercado futuro.

Também a elevação dos valores do frete internacional provocou dúvidas em relação ao preço futuro. Todos esses fatores deixaram o café mais caro no varejo.


Real desvalorizado

O real desvalorizado diante do dólar impediu as importações de derivados lácteos. No varejo, os aumentos de preços só não foram maiores por causa da redução da renda e da demanda das famílias.

Na comparação entre dezembro de 2020 e de 2021, o preço médio do quilo da batata, pesquisada no Centro-Sul, apresentou queda em todas as localidades, com taxas entre -33,57%, em Belo Horizonte, e -13,36%, em Brasília.

Em 2021, aumentou a área plantada do tubérculo. Para a batata de mesa, a oferta abasteceu o mercado, principalmente na safra de inverno, o que reduziu os preços.


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