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Estado de Minas Custo de vida

Cesta básica passa de R$ 637

Pesquisa mostra que conjunto de produtos teve alta de 4,66% em janeiro, com chuvas afetando colheita de hortifrúti


04/02/2022 04:00 - atualizado 03/02/2022 23:06

Com aumento de 33,14% no mês passado, batata-inglesa foi o produto que liderou elevação de preços em Belo Horizonte
Com aumento de 33,14% no mês passado, batata-inglesa foi o produto que liderou elevação de preços em Belo Horizonte (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 5/11/21)

A cesta básica pesou mais no bolso do consumidor em janeiro de 2022. Segundo dados apresentados ontem pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o custo da cesta básica aumentou 4,66% em relação a dezembro de 2021. O valor médio é de R$ 637,20, ainda de acordo com o estudo do Ipead. O relatório ainda destaca: batata-inglesa, tomate santa cruz e chã de dentro foram os principais responsáveis por esse custo a mais – aumentos de 33,13%, 18,51% e 4%, respectivamente.

Eduardo Antunes, gerente de pesquisas da Fundação Ipead, afirma que as chuvas de janeiro contribuíram para esse aumento. “Basicamente, entre os três principais que subiram na cesta básica, a gente elenca tomate, batata, mas chama a atenção para a situação climática de janeiro. Os hortifrútis sofreram muito com o processo climático adverso, a gente sofreu com muita chuva, e isso prejudica a produção e acaba impactando fortemente, como batata e tomate”, contextualiza. “E a carne acabou indo um pouco nesse processo por conta do escoamento da produção, acaba prejudicando muito, até o próprio insumo do gado”, complementa.

Emprego doméstico 


O estudo também contempla outras questões, como o custo de vida em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. O levantamento se baseou pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para afirmar que o custo de vida aumentou. “Janeiro, historicamente, já sofre impacto relevante de preços no âmbito do IPCA, veem-se muitos aumentos neste período, temos aumento do empregado doméstico por conta do salário mínimo, IPTU, aumento das escolas, cobrado a partir deste ano... Isso acaba impactando muito o índice de inflação. O mês de janeiro sempre sofre impacto relevante, não foi o maior, mas é um aumento muito substancial”, diz Eduardo Antunes.

O estudo indica aumento de 2% no custo de vida em BH em janeiro de 2022 em relação a dezembro de 2021. O Ipead também destaca o principal item que elevou o custo na capital mineira: “O produto de maior contribuição para o aumento no custo de vida em janeiro foi o empregado doméstico, com alta de 10,18% no mês”, diz trecho do levantamento. Em 12 meses, a inflação na capital mineira acumula alta de 10,79%. O percentual é três vezes maior do que a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional. “Destaca-se que, para o ano de 2022, a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional é igual a 3,50%, podendo variar entre 2% e 5%”, diz o estudo

O resultado do custo de vida foi obtido a partir da pesquisa de preços dos produtos/serviços que são agrupados em 11 itens agregados. Entre os grupos, os Alimentos in natura tiveram a maior alta, com avanço de 10,25%. Em seguida, aparecem Despesas pessoais (3,08%), Artigos de residência (2,70%), Transportes, comunicações, energia elétrica, combustíveis, água e IPTU (2,54%) e Saúde e cuidados pessoais (1,21%). No sentido oposto, destaca-se a queda de 1,71% para Bebidas em bares e restaurantes.

Chuvas 

O impacto das chuvas sobre os preços deve continuar. A “safrinha” da cidade de Passos, no Sudoeste do estado,  pode sofrer os impactos decorrentes da chuva persistente dos últimos dias. Geralmente, na 'safrinha' são plantados milho, feijão e sorgo, além de outras culturas, plantadas em março e colhidas em julho e agosto. Dependendo da quantidade de chuva registrada nos próximos meses, o plantio e a colheita dos produtos podem ficar comprometidos.

“Até agora, na nossa região, as chuvas não estão prejudicando. As dificuldades existem, como o estado ruim das estradas. Vias muito danificadas oferecem problemas aos produtores, mas a prefeitura tem ajudado no que pode. Agora, continuando essas chuvas por um período maior, aí sim pode ter alguma consequência negativa”, disse o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Passos, Darlan Esper Kallas.




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