De exatas ou não, os alunos devem se atentar aos preços das mensalidades dos cursos nas faculdades particulares. Para ajudar, o site de pesquisas Mercado Mineiro realizou um levantamento com 21 estabelecimentos de ensino superior para o primeiro semestre de 2022 em: administração (noite), direito (noite), engenharia civil, publicidade e propaganda, ciências contábeis, jornalismo, arquitetura, nutrição, odontologia, enfermagem, fisioterapia e medicina. Foi observado variações de até 733%.
De acordo com os dados levantados, o curso de administração foi o que apresentou a maior variação de preços na mensalidade, enquanto medicina teve a menor diferença no valor. Confira a comparação dos menores e maiores preços dos cursos, com a variação:
- Administração: entre R$ 344,39 e R$ 2.870,00 (733%);
- Direito: entre R$ 1.014,42 a R$ 2.850,00 (181%);
- Ciências Contábeis: entre R$ 344,65 a R$ 1.945,00 (464%);
- Publicidade e Propaganda: entre R$ 364,00 a R$ 1.923,90 (428%);
- Engenharia Civil: entre R$ 428,25 a R$ 2.790,00 (551%);
- Fisioterapia: entre R$ 348,83 a R$ 1.948,00 (458%);
- Odontologia: entre R$ 2.449,79 a R$6.173,00 (151%);
- Medicina: entre R$ 8.460,00 a R$ 10.703,00 (26%);
- Arquitetura: entre R$ 1.258,60 a R$ 2.840,00 (125%);
- Nutrição: entre R$ 739,71 a R$ 1.584,00 (114%);
- Enfermagem: entre R$ 315,45 a R$ 1.781,00 (464%).
Vale ressaltar que as diferenças podem ser justificadas pela carga horária, metodologia, grade de aulas, infraestrutura, capacidade do corpo docente, algumas faculdades estão mesclando presencial e EAD (ensino a distância). Segundo o economista e coordenador do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, o aluno (consumidor) deve se informar muito bem sobre a qualidade do ensino, aprovação do mercado sobre os profissionais recém-formados, para que se possa fazer jus ao importante investimento.
“A gente que trabalha com pesquisa, sabemos que tem que ponderar preço e qualidade porque são variações surpreendentes, principalmente administração, cursos mais populares. Um dos investimentos mais importantes que a pessoa tem que fazer é em ensino. Mas a gente não sabe até que ponto em fazer um investimento em determinado ensino, a pessoa vai ter retorno”, ressalta Feliciano. “A gente se preocupa com esse mercado sobre a qualidade porque muitas pessoas acabam entrando na faculdade e não têm retorno nenhum. Você sai do curso e não arruma emprego, não tem retorno pelo valor investido. Qualquer curso é investimento”, acrescentou.
Em relação ao aumento, comparando o preço atual com o primeiro semestre de 2021, a questão da aula presencial e o ensino remoto pode ser um dos fatores que motivaram aumentos dos preços médios. Os cursos que tiveram maiores aumentos pelo preço médio foram: o de jornalismo que subiu 13,92%, sendo que o preço médio era de R$ 1.518,00 passando para R$ 1.729,00. Medicina foi de R$ 8.486,00 para R$ 9.428,00 um aumento de 11%. Odontologia que subiu 23% pelo preço médio, passando de R$ 3.009,00 para R$ 3.715,00.
Este aumento é algo que os estudantes devem se atentar, como alerta Feliciano: “As faculdades simplesmente migraram para o EAD (ensino à distância) e mantiveram os preços das aulas presenciais. Isso é uma total falta de respeito com os alunos, que são consumidores. Achar que o mesmo custo que uma faculdade de EAD tem com uma faculdade presencial. Por isso os alunos questionam muito.”
“Não dá para dizer que as faculdades estão abusando porque de repente mudaram a metodologia de ensino, tiveram algum tipo de investimento que justifique isso. Essa pesquisa serve para os alunos questionarem se for questionável”, disse. “O que não pode é ficar aumentando o preço, que não é justo. Na época que entrou o EAD, tinha esse argumento de ser uma modalidade mais econômica e agora estão aumentando", completou.
A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 5 de fevereiro de 2022 e o levantamento completo está disponível no site do Mercado Mineiro.