Neste período de quaresma, o consumidor belo-horizontino com preferência por peixes frescos deve encontrar um aumento na maioria das opções, em comparação a 2021. Levantamento feito pelo Mercado Mineiro e pelo aplicativo ComOferta mostra que, nas principais lojas do Mercado Central e peixarias da Região Metropolitana de BH, os preços de variados peixes subiram.
Segundo a pesquisa, feita entre 22 e 25 de fevereiro, o quilo do salmão foi que teve maior aumento em relação ao ano passado. O quilo, que custava em média R$ 55,66, passou para R$ 88,62, um aumento de 59%. O bacalhau saithe, com uma variação de 49%, também é uma das opções que sofreram aumento mais significativo, passando de R$ 52,65 para R$ 78,83.
O bacalhau cod, que normalmente já era uma escolha mais cara dentre as opções, custava em média R$ 111,97 e passou para R$ 152,58. Isto é, teve um aumento de 36% em relação ao ano passado.
Das opções mais "em conta", o quilo da tainha, que custava em média R$ 25,90, subiu para R$ 39,90, com aumento de 28%. O do filé de nerluza subiu de R$ 26,79 para R$ 32,76, alta de 22%. O cascudo subiu de R$ 20,58 para R$ 24,94 o quilo, um 21% mais caro.
Dos pescados que tiveram menor aumento em relação a 2021 estão a sardinha e a corvina. O quilo de sardinha, que custava em média R$ 15,24, foi para R$ 17,92, um aumento de 17%. O corvina subiu de R$ 20,73 para R$ 23,98, alta de 15,69%.
A pesquisa também buscou levantar a diferença de preços entre um estabelecimento e o outro. A variação de preços do bacalhau saithe chega a 145%, com valores que vão de R$ 52,90 até R$ 129,80. Já o bacalhau porto imperial apresentou diferença de 125%, ficando entre R$ 115,39 e R$ 259,90.
O quilo de Salmão também apontou uma alta variação, de 128%, com preços entre R$ 56,99 e R$ 129,90. A menor diferença encontrada na pesquisa foi do quilo da tainha, custando de R$ 25,90 até R$ 39,90, variação de 54%
O gerente da Loja Ananda, localizada no Mercado Central, Eduardo Campos, tem boas expectativas para as vendas de peixe na quaresma este ano. "Expectativa é sempre a melhor, né? Vai ser bem superior aos dois últimos anos. Na pandemia, não tivemos comércio, praticamente fechados", relatou Eduardo.
Na loja de Eduardo, os peixes são comercializados nos mais variados cortes e valores. "Tem cortes tradicionais a partir de R$ 169 até R$ 229", comenta o vendedor. "Aumentou o preço. Dólar subiu, euro subiu. Tudo aumenta."
O empreendedor Rafael Igino, dono da Banca Santo Antônio, também no Mercado Central, também tem boas expectativas para as vendas este ano. O vendedor acredita que com a alta em todos os setores, os fregueses estão conscientes sobre o aumento no bacalhau.
"O último ano de pandemia até surpreendeu a gente. Por estarmos no meio de uma crise, uma pandemia, um fechamento do comércio. Relativamente, lógico que não igual nos outros anos, tivemos o aumento que esperávamos. Esperamos que este ano seja melhor, até mesmo por referência do Natal do ano passado, que teve um aumento das vendas, por mais que o preço tinha subido, as pessoas continuaram comprando", destaca o vendedor.
Paulo Antônio sempre faz a quaresma e comenta que achou os valores encontrados no Mercado Central bem acima do esperado. "Tá caríssimo. Tem lugar aqui no Mercado, que a gente acabou de ver, R$ 300 o quilo de bacalhau."
O consumidor ainda comenta que recentemente esteve em São Paulo e os preços não estavam tão altos como aqui em Belo Horizonte. "Estive em São Paulo no mês passado e comprei o bacalhau porto imperial a R$ 120. O mais caro de lá. Aqui em BH, R$ 299", relata Antônio.
Além disso, ele afirma que, com essa alta, o jeito é buscar alternativas mais baratas. "Desse jeito teremos que comprar sardinha se der conta, ou a tilápia. Também tem o surubim, que é um peixe de Minas, mas em toda época de quaresma ele quase triplica o preço."
A consumidora Ana Maria Rodrigues, de 55, também percebeu uma alta nos valores. "Os preços estão bem salgados. Depois dessa pandemia aumentou muito mesmo, tá tudo mais caro", relatou Ana. "Tá difícil [fazer quaresma]. Vamos ter que controlar este ano um pouquinho no bacalhau", complementa.
*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz