Os 27 países da União Europeia (UE) excluíram nesta quarta-feira (2) sete bancos russos do sistema financeiro internacional SWIFT, mas pouparam dois ligados à venda de hidrocarbonetos, e proibiram os veículos de comunicação RT e Sputnik de transmitir na Europa com efeito imediato, segundo o Diário Oficial.
Com o objetivo de restringir a economia russa das finanças globais em retaliação à invasão da Ucrânia por Moscou, a exclusão do SWIFT visa o VTB, o segundo maior banco da Rússia, bem como o Bank Otkritie, Novicombank (financiamento industrial), Promsvyazbank, Rossiya Bank, Sovcombank e VEB (banco de desenvolvimento do regime).
Estes estabelecimentos "são os primeiros envolvidos no financiamento dos esforços de guerra" de Moscou na Ucrânia, explicou uma autoridade europeia, afirmando que esta exclusão engloba cerca de um quarto do volume do sistema bancário russo.
Os Estados-membros da União Europeia deram luz verde a esta sanção na terça-feira à noite, após vários dias de negociações.
Por outro lado, a medida não visa nem o Sberbank, o principal banco do país, nem o Gazprombank, o braço financeiro da gigante de hidrocarbonetos, através do qual passa a maior parte dos pagamentos das entregas de gás e petróleo russos à UE.
Nos últimos dias, a Alemanha e a Itália expressaram seu temor de não poderem mais pagar pelo fornecimento de gás russo, do qual são muito dependentes, no caso de bloqueio do acesso ao SWIFT dos bancos russos responsáveis por essas transações.
A exclusão do SWIFT é apresentada como uma "arma atômica" financeira: essa plataforma segura permite operações como o trânsito de ordens de pagamento e ordens de transferência de fundos entre bancos.
A SWIFT, uma empresa belga, havia excluído vários bancos iranianos em 2012 após uma decisão da UE. A maioria foi reintegrada em janeiro de 2016.
No total, cerca de 80% do sistema bancário russo é alvo de uma forma ou de outra por uma bateria de sanções financeiras da UE, adotadas desde 2014 após a anexação da Crimeia por Moscou, segundo a autoridade europeia.
O Diário Oficial da UE também confirmou a proibição de transmissão na UE, nas redes de televisão e na internet, dos meios de comunicação estatais russos Sputnik e Russia Today, acusados de serem instrumentos de "desinformação da Rússia na sua guerra contra a Ucrânia".
Esta medida deve ser aplicada por cada Estado-membro por meio de sua autoridade reguladora dos meios de comunicação social e dos seus operadores de telecomunicações.