A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revelou que o número de famílias brasileiras com dívidas ou contas atrasadas, em fevereiro, atingiu o maior nível em 12 anos. O percentual daqueles que têm dívidas a vencer chegou a 76,6%, incluindo cheques pré-datados, cartões de crédito, cheque especial, carnês de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestação de carro e de casa. O resultado significa aumento de 9,9% em relação à condição apurada pela CNC no mesmo período do ano passado.
Ao menos 27% dos lares aparecem no indicador de inadimplência, 2,5% a mais que o verificad021.o em fevereiro de 2 A parcela que declarou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, ou seja, que permanecerá inadimplente, cresceu 0,4% na comparação com janeiro deste ano, mas ficou estagnada frente ao registrado no mesmo momento do ano passado (10,5%).
Para a diretora da Pontual Contadores e Auditores Associados, Rejane Pires, a inflação é o grande percalço que explica a situação financeira complicada das famílias. Os resultados variam conforme a renda dos participantes avaliados pelo estudo: no caso de famílias que recebem valor equivalente a até 10 salários mínimos, o número de endividados é 77,8%. No recorte com renda a partir de 10 salários mínimos, o percentual foi recorde, em 72,2%.
* Estagiária sob supervisão do subeditor Odail Figueiredo