O custo de vida em Belo Horizonte, medido pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou um aumento de 1,07% em fevereiro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (11/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IPCA para a Grande BH foi o quinto maior resultado mensal entre as 16 capitais pesquisadas. No país, ficou em 1,01%. Já as variações acumuladas em 12 meses foram de 10,47% na Grande BH, o sétimo menor resultado entre as áreas pesquisadas e de 10,54% no Brasil.
Ensino superior e alimentos foram destaque de alta
Na Grande BH, todos os grupos apresentaram aumento:
- Educação (6,22%),
- Artigos de Residência (1,91%),
- Alimentação e Bebidas (1,56%),
- Despesas Pessoais (1,16%),
- Comunicação (0,90%),
- Vestuário (0,40%),
- Saúde e Cuidados Pessoais (0,37%),
- Habitação (0,34%) e
- Transportes (0,28%)
O resultado do grupo de Alimentação e Bebidas (1,56%) foi influenciado principalmente pelo aumento da cenoura (73,63%). Ainda dentro do grupo tiveram alta também:
- Hortaliças e verduras (24,39%),
- Batata-inglesa (15,43%),
- Feijão-carioca (9,07%),
- Ovo de galinha (8,74%),
- Tomate (8,52%),
- Frutas (3,32%),
- Leite longa vida (2,89%)
No lado das quedas, o destaque foi a carne de porco (-4,39%).
A alta no grupo de Educação (6,22%) se deveu principalmente ao aumento das mensalidades no ensino superior (7,67%). Também contribuíram o aumento do custo da pré-escola (10,41%), do ensino médio (10,08%) e do ensino fundamental (8,45%).
No grupo de Transportes (0,28%), o seguro voluntário de veículos aumentou 7,41% e o automóvel novo, 1,46%. Já as passagens aéreas caíram 11,09% e o etanol, 5,57%.
Em Artigos de Residência (1,91%), os aparelhos eletroeletrônicos tiveram um aumento de 3,72%. Em Comunicação (0,90%), os aparelhos telefônicos aumentaram 4,00%. Já em Saúde e cuidados pessoais (0,37%), o destaque foi para os perfumes (6,62%).
Índice quase dobrou no Brasil
No Brasil, o IPCA praticamente dobrou, entre janeiro e fevereiro, passando de 0,54% para 1,01%.
O resultado ficou acima da expectativa da mediana do mercado do boletim Focus, de 0,89%, e tudo indica que a carestia continuará acelerando. Ontem, a Petrobras anunciou reajuste de 24,9% no preço médio do litro do diesel, elevou em 18,7% o preço da gasolina e em 16% o custo do gás de cozinha e analistas alertam que o impacto desse reajuste será sentido no IPCA de março e de abril, garantindo que a inflação continuará acima de dois dígitos quando a expectativa era de um início de desaceleração.
A alta de 1,01% do IPCA de fevereiro foi a maior variação para o mês desde 2015, quando o índice da inflação oficial subiu 1,22%. No segundo mês de 2021, a alta do indicador ficou em 0,86%. No ano, o IPCA acumula alta de 1,56%.
De acordo com os dados do IBGE, todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em fevereiro. Mais da metade da alta (57%) do IPCA foi resultado dos reajustes das mensalidades escolares e da disparada dos preços dos alimentos, mas a carestia continua disseminada na economia, com índice de difusão passando de 73%, em janeiro, para 75% em fevereiro — mesmo patamar de dezembro.
O maior impacto no IPCA, de 0,31 ponto percentual, e a maior variação, de 5,61%, vieram do grupo Educação. Desse montante, 0,28 ponto percentual foi resultado do aumento de 6,67% dos cursos regulares, com destaque para alta de 8,06% para o ensino fundamental.
Na sequência, o grupo Alimentação e bebidas, com alta de 1,28%, acelerou em relação à elevação de 1,11% de janeiro, contribuindo com 0,27 ponto percentual da alta do IPCA.
Essa alta foi influenciada pelo aumento de preços dos alimentos consumidos em casa, como a batata inglesa e a cenoura, cujos preços dispararam 23,49% e 55,41% em fevereiro. As frutas subiram 3,55%, variação próxima à do mês anterior, de 3,40%. Por outro lado, foram registradas quedas nos preços do frango inteiro e em pedaços de 2,29% e 1,35%, respectivamente.
Os grupos Transportes, com variação de 0,46%, reverteu a queda de 0,11% do mês anterior, e Habitação, com alta de 0,54%, também se destacaram. Os demais registraram 0,29% de alta do grupo Comunicação e a segunda maior variação do mês, de 1,76%, para Artigos de residência.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.