Ao observar o aumento dos combustíveis nesta sexta-feira (11/3), em Belo Horizonte, o desespero tomou conta dos motoristas. Conforme anunciado pela Petrobras, a gasolina subiu 18,8%, e a alta já causa grande impacto na vida dos consumidores. Num posto da capital, o litro já custava R$ 7,69.
O motoboy Gleisson da Silva Siqueira, de 46 anos, ficou indignado com o reajuste elevado. “A situação está complicada. Até penso em desistir da profissão. Com esse aumento do combustível, onde vamos chegar? O governo não faz nada, ninguém faz nada, ninguém agiliza”, afirmou.
“Estão nos fazendo perder a paciência e a vontade de trabalhar. Todo motoqueiro trabalha porque gosta, tem paixão pelo que faz. Perdemos o prazer de fazer as coisas. Do jeito que está não tem jeito”, completa.
Gleisson diz que a situação só piora, já que tem de sustentar esposa e quatro filhos. “Nem vejo lucro. Estou pagando para trabalhar. Ainda luto para não faltar o pão em casa. Minha esposa trabalha, mas ganha pouco.”
A dentista Elke Mara de Souza Pessoa teve o mesmo sentimento ao ver o preço nas bombas. “O sentimento é de revolta e tristeza. Somos obrigados a vir aqui para abastecer a R$ 7,69. Não tem jeito”, afirma.
Ela cobra uma postura mais concreta das autoridades: “O governo tem que fazer algo e a gente, como população, também tem de reagir. Se fizermos algo, o governo será obrigado a intervir”.
“Para quem depende do veículo para fazer tudo, só piora”, lamenta.