O aumento no preço dos combustíveis, anunciado ontem pela Petrobras, levou tanqueiros e caminhoneiros a iniciarem uma paralisação nesta sexta-feira (11/03).
De acordo com Marlon Maués, assessor da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA), se trata de uma parada técnica, sem bloqueios nas estradas.
"Hoje há um descontentamento geral com a situação, seja por parte das transportadoras, do agronegócio e outros agentes da sociedade", declarou Maués, em entrevista ao "Estadão".
O preço médio do diesel passou de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, com um reajuste de 24,9%. Já a gasolina, sofreu uma alta de 18,8%.
"O que temos de ter em mente é que não parou por aí. Daqui a pouco vem mais 11% de reajuste", disse o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim.
O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) e caminhoneiro autônomo, Carlos Alberto Litti Dahmer, disse que não dá para aceitar calado esse abuso no preço dos combustíveis.
“Não podemos ficar de braços cruzados assistindo a um desmando desse tipo, tem crise mundial e pandemia. Tudo bem que o mundo sofra isso, e a gente vai sofrer junto, mas nós temos condição do ser um país autossuficiente em petróleo. Não dá pra gente pagar um preço absurdo para engordar acionistas estrangeiros”, desabafa o diretor da CNTTL.
Setor
O gerente corporativo de Expansão e Tráfego da Patrus Transportes, Dangelo Menezes, disse que o aumento impacta de forma direta em todos do setor.
"Fica insustentável comprar o caminhão, manter um motorista e fazer as manutenções necessárias. Por isso, muitas empresas estão com a frota sucateada", ponderou Menezes.
Segundo ele, esse conjunto de fatores traz um prejuízo até mesmo para as estradas, já que um caminhão com pouca manutenção gera mais desgastes no asfalto.
Aplicativos
O anúncio da Petrobras também deixou os motoristas de aplicativos apreensivos. Paulo Xavier, presidente da Frente de Apoio Nacional ao Motorista Autônomo (Fanma), informou que, em 2014, o combustível significava no máximo 20% da receita, mas hoje ultrapassa 50%.
"A situação que vinha se arrastando numa equação muito difícil para o motorista devido a tantas altas ao longo desses anos, agora piorou muito", declarou.
*Com informações do Correio Braziliense
*Com informações do Correio Braziliense