O Brasil aumentará a produção de petróleo após um pedido dos Estados Unidos para evitar o desabastecimento mundial, em meio ao conflito no leste europeu. A informação foi confirmada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ao Valor Econômico, nessa segunda-feira (14/3).
O ministro disse que o pedido foi feito pela secretária de energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, na quinta-feira (10/3), em uma conversa por videoconferência.
"Os países que têm estoque, como EUA, Japão, Índia e outros, estão liberando. Mas também tem que ter o esforço de aumento da produção. Ela [Jennifer Granholm] me perguntou se o Brasil poderia fazer parte desse esforço e eu falei ‘claro que pode’. Já estamos aumentando a produção, enquanto a maioria dos países da OCDE reduziu. Nós aumentamos nossa produção nos últimos três anos”, afirmou o ministro.
O país está entre os 10 maiores produtores mundiais da commodity. O ministério de Minas e Energia não especificou, no entanto, qual vai ser o aumento na produção.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, no último dia 24 de fevereiro, o barril do petróleo tem batido recordes de preço. Em 7 de março, o barril de brent fechou em 140 dólares, quase seu máximo histórico. Nesta segunda, a cotação fechou em 106,90 dólares.
A alta dos preços é impulsionada pelas sanções ao petróleo russo. O país é o terceiro maior produtor mundial de petróleo. No início do mês, o presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou a proibição completa das importações de petróleo, gás natural e carvão da Rússia, como sanção por sua invasão à Ucrânia.
O Brasil já sentiu o impacto da alta nos preços. Na sexta-feira (11/3), a Petrobrás reajustou o preço da gasolina em 18,8% e do diesel em 24,9%.
Na quinta-feira, o Brasil criou um Comitê Executivo com o objetivo de monitorar o suprimento nacional de combustíveis e biocombustíveis relacionadas aos mercados interno e externo de petróleo, gás natural e derivados.