A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de BH, referente ao mês de março, apontou redução de um ponto, em relação ao mês anterior. A confiança do consumidor segue, portanto, no nível de insatisfação, ficando abaixo dos 100 pontos. Esta é a quinta queda consecutiva desde outubro do ano passado, quando o indicador era de 73,2 pontos. Em novembro caiu para 72,9, em dezembro 72,8, em janeiro 71,4, em fevereiro 69,9 e em março 68,9.
Essa redução mostra cautela no comportamento do consumidor, que acaba preservando os gastos devido às incertezas econômicas atuais.
O levantamento é feito mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG), com base em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com o analista de pesquisa, Devid Lima, são diversos os fatores que impactam no índice do ICF.
“O cenário econômico atual, unido ao mercado de trabalho, o cenário geopolítico e o ano eleitoral são alguns dos principais motivos que influenciam na redução do índice. Com isso, as famílias estão mais prudentes na hora de assumir compromissos financeiros, uma vez que a perspectiva econômica dos próximos meses ainda é incerta”, afirma.
Emprego, renda, consumo e futuro
O levantamento analisa sete pontos com dois recortes: consumidores com renda acima de 10 salários mínimos e aqueles que ganham menos que isso.
Em relação ao emprego:
- 40,5% dos belo-horizontinos se sentem iguais ao mesmo período do ano passado,
- 25,3% se sentem mais seguros,
- 22,6% menos seguros
- 11,6% estão desempregados
Quanto às perspectivas de melhora profissional nos próximos seis meses:
- 52,1% acham que não haverá melhora
- 36,2% acreditam que sim
- 11,7% não sabem
Em relação a renda familiar atual:
- 44,6% disseram estar igual ao mesmo período do ano passado
- 36,6% disseram estar pior
- 18,8% disseram estar melhor
Quanto ao acesso ao crédito:
- 45,8% afirmaram estar mais difícil conseguir empréstimo/crédito para comprar a prazo
- 37% que está igual ao ano passado
- 14,9% que está mais fácil
- 2,2% não sabem ou não responderam
Em relação ao nível de consumo:
- 61,3% estão comprando menos que no ano passado
- 27,6% estão comprando no mesmo nível
- 11,1% estão comprando mais
Para os próximos meses:
- 42,2% das famílias acham que o consumo será menor que no segundo semestre do ano passado
- 41,3% acham que será igual
- 16,3% acham que será maior
Em relação ao momento para comprar bens duráveis:
- 89% avaliam que é um mau momento para comprar esses itens
- 9,4% que é um bom momento
- 1,6% não sabem
Para a pesquisa de março, foram entrevistados mil consumidores moradores de Belo Horizonte nos últimos dez dias de fevereiro. A margem de erro da pesquisa é de 3,5% e o nível de confiança é de 95%.