O nível de confiança do consumidor de Belo Horizonte apresentou pequena expansão de 0,66% no comparativo com o mês de fevereiro, sinalizando uma tendência maior de gastos em meio às incertezas da economia. O levantamento é feito mensalmente pela Fundação Ipead/UFMG e apontou crescimento do índice para 33,94 pontos, frente aos 33,72 obtidos no mês anterior.
Para calcular o índice, os economistas levam em consideração o Índice de Expectativa Econômica (IEE) e o Índice de Expectativa Financeira (IEF), que se subdividem em itens como oferta de empregos, inflação, situação econômica do país, pretensão de compra, situação financeira da família e situação financeira da família em relação ao passado. Através da média, é calculada o nível de confiança do belo-horizontino.
O Índice de Expectativa Econômica (IEE) apresentou alta de 0,29% em comparação com o valor do mês anterior, influenciado pelo aumento na percepção dos consumidores sobre os itens Situação Econômica do País e Emprego.
Já o Índice de Expectativa Financeira (IEF), também apresentou elevação em comparação com o mês de fevereiro, 0,82%, sendo o item Situação Financeira da Família o que apresentou a única alta do setor.
Apesar da elevação do nível de confiança dos belo-horizontinos, a situação ainda é aquém do esperado. "Em fevereiro, o índice já havia tido uma queda bem expressiva, em torno de 3%, e em março detectamos essa leve alta. O ICC continua bastante negativo, já que continua abaixo dos 50 pontos, considerada o limite entre otimismo e pessimismo. Apesar da melhora neste mês, o número nada vai indicar se vai haver uma recuperação ou se vai manter tendência de alta. Pode até cair novamente", analisa o economista da Fundação Ipead/UFMG, Eduardo Antunes.
"Em março, não tivemos muitas pressões para elevar o índice, como as datas comemorativas, que ajudam a elevar as compras. Não há nada que possa motivar as pessoas a ter um consumo maior. E a situação do país, embora tivemos notícias do aumento dos combustíveis, não foi suficiente para contaminar uma queda do índice", acrescenta o especialista.
A maior pontuação ocorreu justamente na situação financeira da família (55,83) – apresentou alta de 2,40%¨no comparativo com fevereiro –, enquanto a menor foi obtida na inflação (19,17), com queda de 4,43% em relação ao mês passado.
O índice permite ao empresário do comércio varejista mineiro avaliar as opiniões e as expectativas dos consumidores em tempo real com o objetivo de planejar melhor o seu negócio em termos de estoques, contratações e investimentos no setor.
Preferência nas compras
A pesquisa mostrou que, dentre os consumidores que pretendem adquirir bens e serviços nos próximos três meses, os maiores destaques foram vestuário e calçados (15,71%), outros (10,48%), veículos (8,57%) e informática e telefonia (7,62%). Por sua vez, eletrodomésticos (5,71%), serviços de turismo e móveis (4,29%), moradia (4,29%) e eletrônicos (2,86%) foram os itens menos escolhidos pelos belo-horizontinos.
A Fundação Ipead/UFMG também apontou que 61,47% das mulheres pretendem comprar, das quais 13,76% tem preferência pelo vestuário e 8,26% querem adquirir itens de informática e telefonia. Em relação aos homens, 66,33% querem ir às compras, dos quais 17,82% preferem vestuários e calçados e 10,89% optaram pelos veículos.