Os motoristas que trafegam pelas BR-262 e 153 terão de preparar o bolso. A partir deste domingo (3/4), as tarifas do pedágio subirão em média 124% nos trechos mineiros das rodovias. O reajuste vai atender às condições previstas no aditivo do contrato de concessão regulado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que vai tentar repor as perdas inflacionárias dos últimos anos.
As tarifas de pedágio para motocicletas, cuja média é de R$ 1,45, passarão para R$ 3,55, num reajuste de 144%. Para os automóveis simples, a média cobrada em Minas Gerais passará de R$ 3,48 para R$ 6,70, com crescimento de 92,5%. Já o preço cobrado para caminhões sofrerá o menor reajuste de R$ 10,45, na média, para R$ 13,40, uma alta de 28,2%.
Vale lembrar que os preços são distintos em diferentes praças de pedágio. O último aumento havia sido em 3 de fevereiro. Na época, Triunfo Concebra, concessionária que administra as rodovias, alegou que os valores estavam desatualizados há sete meses.
Em Minas Gerais a concessão da BR-262 passa por 31 municípios: Betim, Juatuba, Mateus Leme, Florestal, Pará de Minas, Igaratinga, Conceição do Pará, São Gonçalo do Pará, Nova Serrana, Araújos, Bom Despacho, Moema, Luz, Córrego Danta, Campos Altos, Ibiá, Araxá, Perdizes, Sacramento, Uberaba, Conceição das Alagoas, Veríssimo, Campo Florido, Fronteira, Frutal, Comendador Gomes, Prata, Monte Alegre de Minas, Canápolis, Centralina e Arapoã.
Já a BR-153 inclui as cidades de Araporã, Centralina Prata e Fronteira, todas no Triângulo Mineiro.
Relicitação
A concessão das rodovias pertencerão à concessionária até novembro de 2023. Depois disso, a empresa informou que devolverá a administração das vias para uma relicitação por parte do governo federal, alegando que não terá condições de arcar com os custos da duplicação e das melhorias no local. A Triunfo Concebra tentou em 2015, sem sucesso, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um empréstimo de R$ 3,5 bilhões em cinco anos para investir em obras.
Nesse sentido, de acordo com a concessionária, o aumento do pedágio é fundamental para conservar as rodovias até o término do contrato.
“Essa situação na qual a concessão teve queda de tarifa desde 2020 levou a um serviço de pior qualidade para motoristas, usuários e caminhoneiros. Esse complemento tarifário é essencial para que a concessão honre os compromissos”, explica o diretor-executivo da empresa, Thiago Vitorello.
Atualmente, a concessionária executou apenas 84 dos 600 quilômetros de obras previstos no contrato. Até o fim do vínculo, a empresa continuará tendo que arcar com investimentos em melhorias.
“Temos de entregar pavimentos da qualidade melhor, pasto roçado, balanças operando e praças de pedágio funcionando e viaturas, além de sinalização horizontal e vertical”, certifica Vitorello.