Enquanto Landim anunciou já no domingo (3/4) que não assumiria o conselho, Pires aguardou o fechamento da Bolsa de Valores, na segunda-feira (4/4) — quando as ações da Petrobras caíram 0,94% —, para anunciar que não iria assumir a presidência da estatal, após Joaquim Silva e Luna ter sido demitido por Bolsonaro devido a divergências quanto à política de preços dos combustíveis.
Relatórios da Diretoria de Governança e Conformidade da Petrobras sobre o histórico do economista e do empresário apontaram problemas similares de conflitos de interesse, pois ambos possuem relações com empresas do mercado de energia.
Em função disso, o Ministério Público solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que Pires fosse impedido de assumir o cargo enquanto não houvesse uma investigação do governo (Controladoria-Geral da União e Comissão de Ética) e da Petrobras sobre a atuação dele no setor privado.
Em carta ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, Pires se disse "obrigado a declinar de tão honroso convite". "Ficou claro para mim que não poderia conciliar meu trabalho de consultor com o exercício da Presidência da Petrobras", argumentou no documento. Ele é sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e tem contratos de longo prazo com petroleiras e empresas de gás. "Iniciei, imediatamente, os procedimentos para me desligar do CBIE, consultoria que fundei há mais de 20 anos e que hoje dirijo em sociedade com meu filho. Ao longo do processo, porém, percebi que, infelizmente, não tenho condições de fazê-lo em tão pouco tempo", acrescentou.