Um estudo realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia de Ouro Preto, na Região Central de Minas, sobre os aspectos econômicos e sociais das cidades da Região dos Inconfidentes – Ouro Preto, Itabirito e Mariana –, mostra que os maiores desafios da primeira capital do estado são ampliar a diversificação das atividades econômicas e aumentar o número de moradores com maior grau de escolaridade.
Por outro lado, a análise revela que investir no setor de tecnologia é andar de mãos dadas com o crescimento econômico da cidade.
Mesmo com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) que, entre 2000 a 2019, formou 27.932 alunos das mais variadas áreas do conhecimento, a cidade possui pouco mais de 2.500 moradores com ensino superior.
Ao mesmo tempo, o número de pessoas com ensino fundamental incompleto é de 28% da população ouro-pretana – segundo estimativas do IBGE, 74.824 pessoas vivem no município.
Ao mesmo tempo, o número de pessoas com ensino fundamental incompleto é de 28% da população ouro-pretana – segundo estimativas do IBGE, 74.824 pessoas vivem no município.
“Os dados sinalizam que os profissionais de ensino superior não têm tido interesse, ou no dizer econômico, não têm recebido os incentivos adequados para permanecerem na cidade após sua formação”.
Em relação à diversificação da economia, o estudo revela que a mineração ainda é predominante para formação do PIB/Renda dos três municípios, seguido pelo setor de serviços e administração pública.
Por outro lado, o setor agropecuário nos três municípios precisa receber mais atenção tanto do setor público quanto do privado.
Por outro lado, o setor agropecuário nos três municípios precisa receber mais atenção tanto do setor público quanto do privado.
De acordo com secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia de Ouro Preto, Felipe Guerra, essa análise foi realizada a partir dos dados disponibilizados pelo IBGE Cidades, de 2019, que apontou menos de 1% (0,69%) da atividade econômica de Ouro Preto voltada para atividade agropecuária; para Mariana e Itabirito, os números são de 0,76% e 0,18%, respectivamente.
“Não resta dúvida para a atual gestão que o principal foco para modificar esse cenário no momento e para os próximos anos é a diversificação da economia. Fazer com que atividades como a agropecuária, especialmente agricultura familiar, e atividades relacionadas à tecnologia cresçam e empreguem mão de obra especializada e diversificada”.
Nesse sentido, o gestor da pasta observa que o desafio a ser enfrentado pelo Executivo é criar mecanismos, programas ou políticas públicas que aumentem o nível de escolaridade da população local e estimulem aqueles que vêm de fora para estudar a ficar na cidade após a formação.
“Isso pode ser feito de várias formas: melhorando o ambiente institucional para empresas, melhorando a mobilidade urbana, melhorando a logística, desburocratizando os processos públicos”.
Estudo será base para plano
O diagnóstico das três cidades da Região dos Inconfidentes teve início em fevereiro de 2022 e término em março. Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Tecnologia de Ouro Preto foi feito um cruzamento de dados para elaborar o diagnóstico.
Com isso, segundo o secretário, o estudo focou naquilo que tinha dado disponível como o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios, Arrecadação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), em Ouro Preto, Arrecadação Municipal de Ouro Preto em 2020 e dados educacionais disponibilizados pela UFOP.
O gestor da pasta conta que o estudo servirá como apoio para a implantação do Plano de Apoio a Diversificação Econômica (Pade), que tem como propósito, no médio e longo prazo, alcançar independência da mineração, isto é, ter uma economia mais diversificada e mais sustentável.
Tecnologia aponta crescimento
Felipe Guerra afirma que mesmo com os alunos da UFOP não permanecendo na cidade, o setor de tecnologia vem crescendo e o ambiente institucional melhorou, entre 2018 até 2022.
Comparando o que foi arrecadado entre maio de 2018 e o ano de 2019, a atividade aumentou a contribuição em 18,8%. Entre os anos 2019 e 2020, o crescimento foi ainda maior: 21,4%. E no último ano, 2020/2021, a arrecadação cresceu mais 34%.
Comparando o que foi arrecadado entre maio de 2018 e o ano de 2019, a atividade aumentou a contribuição em 18,8%. Entre os anos 2019 e 2020, o crescimento foi ainda maior: 21,4%. E no último ano, 2020/2021, a arrecadação cresceu mais 34%.
“Isso se deu a partir da Lei de Incentivo Fiscal para atividades relacionadas à tecnologia, proposta de criação de conselhos e Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que tem como foco discutir a inovação, são alguns dos instrumentos em curso no município”.