Pesquisar. Esse é o segredo para quem não quer abandonar a tradição e não abre mão dos ovos de páscoa. Em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, o preço do produto, que já está mais caro, pode variar até 65,7%. Isso foi o que mostrou o levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (Nepes) da Faculdade UNA e divulgado nesta sexta-feira (8/4).
Foram consultados os valores de 16 ovos de chocolate de diferentes tamanhos de seis marcas tradicionais comercializados em cinco estabelecimentos. A pesquisa foi realizada entre os dias 26 a 30 de março.
A maior variação foi do ovo de 185 gramas da Nestlé. O menor preço encontrado para o mesmo produto foi de R$ 34,99 e o maior, de R$ 57,99 – uma variação de 65,7%. Mas quem vai às compras e escolhe por estes ovos pagam, em média, R$ 47,66.
A menor diferença foi entre os produtos da Lacta de 300g e 357g, 2,3%. O preço médio do mesmo ovo é de R$ 43,63.
Já os valores dos ovos da Garoto de 337g e 350g variam 40%. É possível encontrar o mesmo produto de 337g, por exemplo, por R$ 49,79 e por R$ 69,89. No caso do ovo de 350g, varia de R$ 49,79 a R$ 69,99.
Mais caro
Além de colocar o consumidor para pesquisar mais por causa da variação de preços, dados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) apontam que os ovos de páscoa estão, em média 15%, mais caros em relação ao ano passado.
Isto se deve à forte pressão inflacionária e o impacto da alta do preço do açúcar e do cacau. “Estes insumos foram prejudicados pelas questões climáticas, tanto pelas geadas de inverno quanto pelo período de seca. Além disso, temos que considerar a variação do dólar e do peso das contratações e dos impostos”, explica o coordenador do Nepes, o professor universitário Wagner Almeida.
O professor ainda cita a complexidade para os fabricantes, pois também envolve embalagem, armazenamento e logística diferenciados. Tudo gera impacto direto no preço do produto.
Criatividade para não faltar
Mais caros, o jeito é ser criativo para não deixar faltar. “Como substituir o tradicional ovo por tamanhos menores ou pelas barras ou caixas de chocolate, que são mais baratas. Optar por marcas próprias dos estabelecimentos, que tendem a ter um preço menor em relação às marcas tradicionais, ou até mesmo optar por produzir em casa seus próprios ovos”, sugere.
A professora Bianca Alvarenga vai trocar os ovos por barras de chocolate. Ela aproveitou uma promoção no início do mês. Armazenou e irá distribuir para os mais próximos no domingo de Páscoa. "No ano passado já fiz isso. Foi uma economia e tanto. É só para não deixar passar em branco, já que lá em casa não temos mais crianças", afirma.
*Amanda Quintiliano - Especial para o EM