A Semana Santa teve início neste Domingo de Ramos (10/4) e como manda a tradição cristã, a Sexta-Feira da Paixão não se deve comer carne vermelha, por isso os peixes são mais procurados nesta época do ano. O site de pesquisas Mercado Mineiro realizou um levantamento no início da Quaresma e apontou aumento de até 59% nos peixes em relação ao ano passado e agora um novo estudo mostra que na semana do feriado os preços não tiveram grandes mudanças, como era esperado.
O levantamento mostra uma comparação dos preços dos peixes frescos, camarão e bacalhau, nas principais lojas do Mercado Central e peixarias da Região Metropolitana de Belo Horizonte, realizado entre os dias 01 a 04 de abril de 2022.
De acordo com a pesquisa comparativa dos preços médios de fevereiro a abril de 2022, o bacalhau do Porto caiu de R$ 177,88 para R$ 170,75, uma redução de 4%. O quilo do bacalhau Saithe caiu de R$ 78,83 para R$ 77,43, uma redução de 1,77%. O Camarão sete barbas pequeno caiu de R$ 43,53 para R$ 42,70, uma redução de 2%. O quilo do Salmão caiu de R$ 88,62 para R$ 86,75, uma redução de 2,11%. O quilo da Tainha caiu de R$ 31,87 para R$ 27,65, uma redução de 13%. O quilo do Filé de Tilápia caiu de R$ 44,11 para R$ 43,36, uma redução de 1,71%.
O quilo do Curimatã subiu de R$ 21,91 para R$ 22,31, um aumento de 1,83%. O quilo da Corvina subiu de R$ 23,98 para R$ 24,32, um aumento de 1,40%. O quilo da Sardinha subiu 6% passando de R$ 17,92 para R$ 19,01. A dúzia de ovos vermelhos subiu de R$ 10,25 para R$ 10,70, um aumento de 4,42%. A dúzia de ovos brancos subiu de R$ 8,71 para R$ 8,94, um aumento de 2,60%.
O consumidor que normalmente faz a compra dos pescados para a Sexta-Feira da Paixão na própria semana deve ter uma surpresa. Segundo Feliciano Abreu, economista e coordenador do site Mercado Mineiro, os preços costumam ter uma queda ao fim da Quaresma, mas este ano houve uma tímida redução e alguns produtos até aumentaram.
“A gente tinha uma expectativa até maior de redução nos preços, porque comparamos com o início do carnaval na Quarta-Feira de Cinzas. Acompanhamos esse período nos mesmos locais e a gente esperava uma queda maior porque normalmente isso aconteceria. Tem muita gente querendo queimar o estoque porque sabe que depois da Quaresma cai o consumo de pescados, embora a gente está vivendo um momento muito diferente porque a carne vermelha está muito cara. Acaba que os peixes ajudam a fazer uma concorrência”, observa o economista.
Por isso, para que o consumidor possa seguir o costume sem prejudicar o bolso, a pesquisa também mostra uma comparação dos preços em BH e Região Metropolitana. Segundo Feliciano, o consumidor deve ficar atento tanto ao preço quanto à qualidade do produto. “As variações são muito grandes, o consumidor tem que ficar muito atento. No caso do bacalhau, tem que ver a própria qualidade”, afirma.
Dados do levantamento revelam que a diferença entre os preços do Bacalhau Saithe chega a 160%, com valores que vão de R$ 49,80 até R$ 129,80. O Bacalhau Porto Imperial custa entre R$ 149,90 a R$ 230, diferença de 53%. O Camarão Sete Barbas G pode ser encontrado de R$ 39,90 até R$ 78, uma variação 95%. O Camarão Rosa Limpo Médio, pode custar de R$ 58 até R$ 144,90, variando 149%.
Entre os peixes frescos, também houveram variações significativas, como o quilo do Cascudo, que custa de R$ 20,90 até R$ 35, uma variação de 67%. O Quilo do Curimatã, custa de R$ 16,95 até R$ 28,90, uma diferença de 70%. O Quilo do Filé de Merluza, pode ser encontrado por R$ 25,90 até R$ 43,90, uma variação de 69%. O Quilo do Filé de Surubim, pode custar de R$ 49,90 até R$ 83,90, uma variação de 68%.
O quilo de Salmão pode custar de R$ 62,90 até R$ 129,90 com uma variação de 106%. O quilo da Sardinha custa de R$ 12,90 até R$25, uma variação de 94%. O quilo de Piratinga, custando de R$ 22,90 até R$ 39, com uma variação de 74%. O quilo da Tainha varia 54% custando de R$ 25,90 até R$ 39,90. O quilo do Filé de Tilápia, custando de R$ 32,90 até R$ 53, com uma diferença de 61%. O quilo do Surubim em posta custando de R$28,90 até R$59,90, variando 107%.
Elcio Silveira Zanetta, de 66 anos, é aposentado e fez a compra nesta segunda-feira (11/4) para a bacalhoada. Ele contou ao Estado de Minas que sempre faz uma pesquisa dos preços antes, mas não notou muita diferença desta vez. "Eu achei um pouco salgado o preço, o bacalhau tava caro. Mas, infelizmente não tem jeito, tem que comprar. Todo ano a gente faz a bacalhoada com a família, reúne todo mundo", conta.
"Normalmente faço uma pesquisa antes de comprar, mas achei o preço praticamente igual em todos os lugares. Paguei cerca de R$ 270 o filé do bacalhau. Fico frustrado, mas o que a gente pode fazer? Tem que comprar", completa.
Helio Alves Carvalho, 53 anos, gerente da peixaria Modelo, no Mercado Central de Belo Horizonte, disse que com todas as dificuldades dos dois últimos anos de pandemia da COVID-19, os comerciantes estão com a expectativa de recuperar o prejuízo. "Este ano não houve redução no preço com o fim da Quaresma se aproximando. O problema é que com a pandemia, todo mundo está apertado ninguém tá reduzindo o preço, mesmo se sobrar mercadoria no fim", explica.
Ele aponta que a procura aumentou desde a entrada na Semana Santa, no Domingo de Ramos. "A procura aumentou 70% do final de semana para cá. A gente não tem noção de como vai ser a semana porque os dois anos foram muito difíceis, mas esperamos que esse ano seja melhor", disse. A demanda tem sido maior para os peixes Piratinga e Surubim.