Acionistas da Petrobras realizam, na tarde desta quarta-feira (13/4), a aguardada Assembleia Geral Ordinária (AGO), que tem uma longa lista de assuntos temáticos, entre eles, a aprovação do novo Conselho de Administração e a eleição do novo presidente da companhia.
A reunião do aguardado "Dia D" da Petrobras será virtual e não deverá ter muitas surpresas após a confusão com as últimas indicações do presidente Jair Bolsonaro (PL), que, como representante do acionista controlador, a União, resolveu trocar o comando da estatal depois de a empresa anunciar um mega reajuste de até 24,9% nos combustíveis, que passou a valer em 11 de março.
O Comitê de Pessoas recomendou a aprovação do nome do químico José Mauro Ferreira Coelho para o Conselho de Administração da estatal, conforme comunicado divulgado, na terça-feira (12/4), pela estatal, para substituir o general Joaquim Silva e Luna. A decisão ocorreu após reunião extraordinária realizada na noite da véspera pelo colegiado.
No documento, o Comitê informou que o executivo preenche os requisitos necessários para o cargo e recomendou que a indicação "está apta para ser apreciada" na AGO. Logo, como membro do Conselho, Coelho poderá ser eleito presidente da companhia na AGO. A União tem a maioria (oito) dos 11 membros do Conselho. A assembleia também decidirá a nova remuneração dos conselheiros e da diretoria da empresa, que lucrou R$ 106,7 bilhões no ano passado.
No fim de março, Bolsonaro decidiu trocar o comando da Petrobras, após novamente criticar a política de paridade de preços internacionais da estatal, a PPI. Foi a segunda troca desde o início do mandato. Os combustíveis são os principais vilões da inflação e Silva e Luna, escolhido por Bolsonaro para substituir Roberto Castello Branco - indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes -, não conseguiu evitar a disparada dos preços dos combustíveis no início de março em meio à guerra da Ucrânia. Depois de 57 dias de congelamento de preços, a empresa anunciou um mega reajuste nas refinarias, de 24,9%, no diesel, e de 18,7%, na gasolina.
Descontente, o chefe do Executivo partiu para a escolha de um substituto com a ajuda do Ministério de Minas e Energia (MME) e indicou o economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e, para a presidência do Conselho, escolheu o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. Contudo, Pires e Landim renunciaram logo em seguida devido às suspeitas de conflitos de interesses apontadas pelos órgãos de governança da estatal.
Ambos, inclusive, são bem relacionados com políticos do Centrão e amigos do empresário baiano Carlos Suarez, dono da OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo do Petrolão.
Diante da renúncia dupla, o MME divulgou, na semana passada, novos indicados e escolheu Coelho, presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA), para o lugar de Pires, e o engenheiro Márcio Weber, que já integra o Conselho, para a vaga antes de Landim.
Na avaliação de especialistas, não haverá surpresas na AGO da Petrobras, especialmente, porque o Comitê já aprovou os nomes e Coelho já deu declarações de que é favorável à manutenção da PPI. "A assembleia será bem tranquila e a PPI deverá continuar como está", afirmou José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos. William Nozaki, coordenador técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), reforçou que o interesse da Petrobras é demonstrar para o mercado que essa turbulência foi superada. "Dessa forma, talvez, possamos voltar a discutir o tema que realmente está afligindo o país: saídas efetivas para a inflação de combustíveis", afirmou.
"Com a derrota da estratégia inicial do governo de indicar para a Petrobras figuras ligadas ao Centrão, com o acerto de uma composição do Conselho alinhada com as atuais políticas de preços, dividendos e desinvestimentos e com a aprovação Coelho pelo Comitê de Pessoas da empresa, a reunião da AGO não deve ter maiores sobressaltos", acrescentou Nozaki. Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, lembrou que o mercado já demonstrou que receberá bem o novo comando, pois as ações da Petrobras chegaram a subir mais de 5% após o anúncio da escolha de Coelho para a presidência da estatal na semana passada. "Agora, as ações não devem valorizar tanto quanto após o anúncio", disse.
Enquanto o Índice Bovespa fechou, ontem, com queda de 0,69%, a 116.147 pontos, as ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobras encerraram o pregão com alta de 0,11%. Já as preferenciais (sem direito a voto,mas prioridade no recebimento de dividendos), recuaram 0,29%. Vale lembrar que, a Petrobras, juntamente com a Vale, sozinhas distribuíram R$ 146 bilhões em dividendos em 2021, conforme levantamento da Economática.
A reunião do aguardado "Dia D" da Petrobras será virtual e não deverá ter muitas surpresas após a confusão com as últimas indicações do presidente Jair Bolsonaro (PL), que, como representante do acionista controlador, a União, resolveu trocar o comando da estatal depois de a empresa anunciar um mega reajuste de até 24,9% nos combustíveis, que passou a valer em 11 de março.
O Comitê de Pessoas recomendou a aprovação do nome do químico José Mauro Ferreira Coelho para o Conselho de Administração da estatal, conforme comunicado divulgado, na terça-feira (12/4), pela estatal, para substituir o general Joaquim Silva e Luna. A decisão ocorreu após reunião extraordinária realizada na noite da véspera pelo colegiado.
No documento, o Comitê informou que o executivo preenche os requisitos necessários para o cargo e recomendou que a indicação "está apta para ser apreciada" na AGO. Logo, como membro do Conselho, Coelho poderá ser eleito presidente da companhia na AGO. A União tem a maioria (oito) dos 11 membros do Conselho. A assembleia também decidirá a nova remuneração dos conselheiros e da diretoria da empresa, que lucrou R$ 106,7 bilhões no ano passado.
No fim de março, Bolsonaro decidiu trocar o comando da Petrobras, após novamente criticar a política de paridade de preços internacionais da estatal, a PPI. Foi a segunda troca desde o início do mandato. Os combustíveis são os principais vilões da inflação e Silva e Luna, escolhido por Bolsonaro para substituir Roberto Castello Branco - indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes -, não conseguiu evitar a disparada dos preços dos combustíveis no início de março em meio à guerra da Ucrânia. Depois de 57 dias de congelamento de preços, a empresa anunciou um mega reajuste nas refinarias, de 24,9%, no diesel, e de 18,7%, na gasolina.
Descontente, o chefe do Executivo partiu para a escolha de um substituto com a ajuda do Ministério de Minas e Energia (MME) e indicou o economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e, para a presidência do Conselho, escolheu o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. Contudo, Pires e Landim renunciaram logo em seguida devido às suspeitas de conflitos de interesses apontadas pelos órgãos de governança da estatal.
Ambos, inclusive, são bem relacionados com políticos do Centrão e amigos do empresário baiano Carlos Suarez, dono da OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo do Petrolão.
Diante da renúncia dupla, o MME divulgou, na semana passada, novos indicados e escolheu Coelho, presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA), para o lugar de Pires, e o engenheiro Márcio Weber, que já integra o Conselho, para a vaga antes de Landim.
Na avaliação de especialistas, não haverá surpresas na AGO da Petrobras, especialmente, porque o Comitê já aprovou os nomes e Coelho já deu declarações de que é favorável à manutenção da PPI. "A assembleia será bem tranquila e a PPI deverá continuar como está", afirmou José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos. William Nozaki, coordenador técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), reforçou que o interesse da Petrobras é demonstrar para o mercado que essa turbulência foi superada. "Dessa forma, talvez, possamos voltar a discutir o tema que realmente está afligindo o país: saídas efetivas para a inflação de combustíveis", afirmou.
"Com a derrota da estratégia inicial do governo de indicar para a Petrobras figuras ligadas ao Centrão, com o acerto de uma composição do Conselho alinhada com as atuais políticas de preços, dividendos e desinvestimentos e com a aprovação Coelho pelo Comitê de Pessoas da empresa, a reunião da AGO não deve ter maiores sobressaltos", acrescentou Nozaki. Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, lembrou que o mercado já demonstrou que receberá bem o novo comando, pois as ações da Petrobras chegaram a subir mais de 5% após o anúncio da escolha de Coelho para a presidência da estatal na semana passada. "Agora, as ações não devem valorizar tanto quanto após o anúncio", disse.
Enquanto o Índice Bovespa fechou, ontem, com queda de 0,69%, a 116.147 pontos, as ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobras encerraram o pregão com alta de 0,11%. Já as preferenciais (sem direito a voto,mas prioridade no recebimento de dividendos), recuaram 0,29%. Vale lembrar que, a Petrobras, juntamente com a Vale, sozinhas distribuíram R$ 146 bilhões em dividendos em 2021, conforme levantamento da Economática.