Se a Páscoa é símbolo de renascimento espiritual, não é diferente quando o assunto é ganhar dinheiro. A data festiva é o momento do ano de prosperidade para muitos profissionais autônomos que produzem ovos de Páscoa. "É uma época que dá para tirar dinheiro bacana para pagar contas atrasadas. Dá um bom lucro", revela a confeiteira Fernanda Álves da Silva, de 42 anos.
Em tempos bons, ela conseguiu faturar até R$ 11 mil com a produção dos ovos confeitados que celebram a data de ressurreição de Jesus Cristo. "Antes da pandemia, tirava esse valor. No ano passado, no entano, ficou em torno de R$ 7 mil. Este ano, ainda não sei quanto farei", diz. Mas as expectativas são boas.
A confeiteira só fecha o balanço no final do Domingo de Páscoa. Ela acredita que até amanhã, pode aumentar a produção. Fernanda não nega encomenda, nem as de última hora. Então, quem a procurar no Domingo de Páscoa não ficará de mãos abanando.
"Faço o balanço depois que fecho tudo. No domingo, ainda entrego", conta. Ela oferece duas opções aos clientes: o ovo de colher e o trufado, e já deixa, pré-montado para o cliente escolher, conseguindo atender os retardatários. "A gente não nega encomenda".
A época também é muito boa para Gabriela de Oliveira Viana Pereira, de 38 anos, que criou a Gaby Delícia Gourmet em 15 de maio do ano passado para fabricar tortas geladas. "Não é todo mundo que tem a receita dessa torta torna. Nacionalmente, tem uma mulher no Rio de Janeio que faz. Foi ela que passou essa receita, mas ela foi alterada por minha irmã", diz. Aliás, a irmã Marília de Oliveira Viana foi a maior incentivadora, e ela também produz a torta de sorvete, em Ipatinga, no Vale do Aço.
Em fevereiro deste ano, ela resolveu produzir ovos de Páscoa. Teve a ideia de rechear os ovos com a torta de sorvete, feita a partir de uma receita que ela garante ser exclusiva. "Fiz o ovo de Páscoa para divivulgar esse trabalho da torta de sorvete artesanal. Não faço ovo convencional, o meu ovo é diferente", diz.
E a estratégia deu certo. A procura foi tão grande que, na semana passada, ela suspendeu as encomendas. "Encerrei na segunda-feira (11/4), mas alguns clientes, que já tinham encomendas, pediram para aumentar a quantidade."
Ela faz o ovo aberto, aquele que se come de colher. O pequeno sai a R$ 8 e o grande, R$ 20. "É uma estratégia. O intuito é a pessoa provar a torta de sorvete", diz. Dessa maneira, ela conquista o cliente na Páscoa e espera mantê-lo fiel no restante do ano. "Mesmo antes da Páscoa, no final de fevereiro, quando produzi pela primeira vez, postei e todos foram vendidos", comemora.
Gabriela trabalha em casa, mas o plano é expandir a produção. Ela quer ter uma fábfaábrica para fornecer para outras empresas. Moradora do Barreiro, ela atende pessoas da região e de toda a capita e já tem pontos comerciais que revendem o seu produto."O meu foco é vender para empresas. Quero ter uma fábrica para fornecer para os clientes", diz afirmando que não pretende investir na venda de varejo.
Instagram como vitrine
O trunfo para potencializar as vendas é uma estratégia antiga de marketing: mostrar o produto para criar o desejo no cliente. E não tem algo que dê mais água na boca do que ovos de Páscoa recheados. As imagens são de encher os olhos. Tanto Fernanda quanto Gabriela têm perfis no Instagram.
O de Fernando foi feito e é gerenciado pela filha Raíssa Álves.E elas capricham nas fotos no perfil Delícias da Fernandinha. Desde que passou a produzir ovos de Páscoa, a confeiteira tem um trabalho autônomo e diz que , graças a ele, consegue fazer um caixa, pagar as contas e até realizar sonhos, como a melhoria na própria casa. Fernanda já trabalhou como telemarketing, mas ouviu o conselho de uma amiga e apostou na produção dos ovos de Páscoa para ter uma renda melhor.
Gabriela também investe nas imagens dos ovos de Páscoa na rede, com o perfil Gaby Delícias Gourmet. E uma delas mostra o recheio de torta de sorvete de um ovo partido. Não tem como não querer experimentar.