O empresário Sidnei Piva de Jesus apresentou um aditivo ao plano de recuperação judicial para livrar a empresa de transporte rodoviário da decretação da falência do grupo Itapemirim, conforme determinação do juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo. O aditivo foi apresentado na segunda-feira (18/4), em atendimento a uma decisão judicial, e precisará passar pela Assembleia Geral de Credores, segundo O Globo.
Nele, o empresário oferece a venda de um terreno para pagar os credores e a criação de uma Unidade Produtiva Isolada. O terreno é um parque rodoviário que fica em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo e está avaliado extraoficialmente em R$ 90 milhões.
A dívida da empresa, segundo o plano de recuperação aprovado pelos credores em 2019, é de cerca de R$ 250 milhões. Há ainda outros R$ 2,2 bilhões em dívida ativa com a União.
Sidnei propôs que a venda do terreno seja feita por um assessor econômico e não por meio de leilões judiciais, o que contraria as regras da recuperação judicial. Além disso, propõe que ele e toda a sua diretoria sejam mantidos na gestão do negócio, indo contra uma determinação da justiça criminal, que decidiu por seu afastamento da gestão e ainda impôs medidas cautelares de restrição de liberdade, como apreensão de passaporte e uso de tornozeleira eletrônica.
Desde que assumiu a Itapemirim, o empresário já arrecadou R$ 135 milhões com a venda de 60 terrenos espalhados pelo país. Porém, apenas R$ 30 milhões foram usados para o pagamento de credores.
O patrimônio imobiliário da empresa é motivo de disputa entre Sidnei Piva e a família de Camilo Cola, fundador da Itapemirim. Pelo acordo de venda da empresa, os imóveis não fariam parte do negócio, interpretação que Sidnei tenta contestar nos tribunais.
Nesta quarta-feira (20/4), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) decidiu suspender todas as linhas em operação da Itapemirim.