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IPCA-15 tem maior variação para o mês de abril em 27 anos

De acordo com o IBGE, o índice teve a maior variação para um mês de abril desde 1995, quando a alta foi de 1,95%.


27/04/2022 11:28 - atualizado 27/04/2022 11:52

abastecimento em carro
Com alta de 7,51%, a gasolina teve o maior impacto individual no índice do mês de abril (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação do país, teve uma alta em abril e subiu 1,73%, após aumento de taxa de 0,95% em março, sendo a maior variação mensal do índice desde fevereiro de 2003 (2,19%) e a maior alta para abril desde 1995 (1,95%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os índices foram divulgados na manhã desta quarta-feira (27/4) e apontam que os preços subiram em média 4,31% nesses quatro primeiros meses. Além disso, em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 12,03%, acima dos 10,79% registrados nos 12 meses anteriores. 

Conforme o instituto, em abril de 2021 a taxa era de 0,60%.
 
Gráfica com variação dos últimos 12 meses
Em abril de 2021 a taxa era de 0,60% (foto: Dados IBGE)
 

A pesquisa do IBGE observou nove categorias, dentre elas, oito apresentaram alta em abril. A maior variação foi de 3,43%, no setor dos transportes, em relação a março (0,68%). Em seguida, alimentação e bebidas tiveram a segunda maior alta, com 2,25%. Juntos, as duas categorias contribuíram para cerca de 70% do IPCA-15 de abril.

Além disso, Vestuário e Habitação também tiveram altas de destaque, sendo respectivamente 1,97% e 1,73%. A única categoria a apresentar queda foi comunicação, com baixa de -0,05%.

Gasolina teve maior alta de preços


Com alta de 7,51%, a gasolina teve o maior impacto individual no índice do mês. Além disso, os preços do óleo diesel, etanol e gás veicular também tiveram alta, respectivamente 13,11%, 6,60% e 2,28%. Isso levou a alta dos transportes a 3,43% na prévia do mês.

Ainda entre os transportes, as passagens aéreas, que haviam recuado em março (-7,55%), tiveram alta de 9,43% em abril. O seguro voluntário de veículo (3,03%) subiu pelo oitavo mês consecutivo, acumulando uma alta de 23,46% nos últimos 12 meses. Houve altas ainda nos preços dos táxis (4,36%), nas passagens de metrô (1,66%) e dos ônibus urbanos (0,75%).

Alimentação mais cara


No mercado alimentício, o Instituto destacou o aumento do tomate (26,17%) e do leite longa vida (12,21%). Outros produtos essenciais para a mesa do brasileiro que tiveram altas significativas foram a cenoura (15,02%), o óleo de soja (11,47%), a batata-inglesa (9,86%) e o pão francês (4,36%).

Em relação à alimentação fora do domicílio (0,28%) desacelerou em relação a março (0,52%). Enquanto a refeição passou de 0,25% em março para 0,45% em abril, o lanche seguiu movimento inverso, passando de 0,92% para 0,07%.

Gás de cozinha mais caro


Na pesquisa de habitação, o gás de botijão foi o grande vilão. O item essencial para o consumo dos brasileiros teve variação de 8,09%. Também houve alta do gás encanado, 3,31%.

A segunda maior alta do grupo veio da energia elétrica, 1,92%.

Confira outros aumentos no mês


Em Vestuário (1,97%), houve altas em todos os itens pesquisados, inclusive nas joias e bijuterias (0,61%), cujos preços haviam caído em março (-0,53%). A maior contribuição veio das roupas femininas, com alta de 2,70%.

No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,47%), o maior impacto veio dos produtos farmacêuticos (3,37%), após a autorização do reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos, a partir de 1º de abril. 

A desaceleração do grupo na comparação com o mês anterior (1,30%) deve-se, sobretudo, aos itens de higiene pessoal (-0,87%), que haviam tido alta de 3,98% em março.

Como são feitos os cálculos do IPCA-15?


Para o cálculo do IPCA-15, foram comparados os preços coletados entre 17 de março e 13 de abril de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 12 de fevereiro e 16 de março de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.

De acordo com o IBGE, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em abril. A maior variação foi em Curitiba (2,23%), influenciada pela alta de 10,25% nos preços da gasolina. Já o menor resultado foi registrado em Salvador (0,97%), onde houve queda de 1,46% nos artigos de higiene pessoal e de 8,14% nas passagens aéreas.


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