Mais de 60% dos juiz-foranos estão endividados. Esse é um dos resultados de uma pesquisa comportamental feita pela Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Juiz de Fora, interior de Minas Gerais. Os dados foram coletados entre 12 de fevereiro e 31 de março.
O objetivo desta pesquisa foi entender qual o poder de compra dos moradores durante a pandemia e também o nível do superendividamento da população.
Além dos dados apresentados acima, 69,8% dessas dívidas são relacionadas ao cartão de crédito.
"Metade dos entrevistados, 50,7%, afirmam não saber calcular a porcentagem de juros cobrada nas compras a longo prazo, reforçando a necessidade de uma educação financeira. Uma grande parcela dos entrevistados, 32,9%, ainda dizem saber calcular a porcentagem razoavelmente, enfatizando a mesma necessidade", informou o órgão.
Parte dessas dívidas foi adquirida durante a pandemia. Segundo o levantamento, 42,3% dos juiz-foranos tiveram um aumento do endividamento no período pandêmico. Já para 25,4%, o tamanho da dívida se manteve durante estes mais de dois anos de crise sanitária.
Um dado que trouxe preocupação para o Procon é o de que 20,3% dos entrevistados estão com dívidas que equivalem a mais da metade da renda conseguida por mês. Outros 28,1% disseram ter dívidas entre 30 a 50% do total da renda obtida mensalmente.
Mulheres como administradoras das finanças
No levantamento feito pelo Procon, ficou demonstrado que a maioria das famílias tem a contabilidade da residência gerida por uma mulher. "Constatou-se que 79,7% dos respondentes possuem renda igual ou superior a R$1.100,00. A maioria dos participantes afirma que possui uma mulher como principal administradora das finanças, evidenciando o papel da mulher para o núcleo familiar e inserção feminina nas tomadas de decisões financeiras".
Dúvida na economia e aumento no gasto com gás e alimentação
O órgão de defesa do consumidor também perguntou aos moradores de Juiz de Fora o nível de confiança com a economia do país. A maior parte, 40,8%, acredita que a situação deve piorar nos próximos meses, contra 35,2% que creem numa retomada do crescimento.
Outro ponto que chamou atenção do órgão foi o aumento dos gastos das famílias juiz-foranas. Em um momento de aumento do dólar, os participantes do estudo disseram que passaram a gastar mais com alimentação (84,7% dos entrevistados) e gás de cozinha (68,1%). Outros produtos também ajudaram a crescer os gastos, como água, produtos de higiene e limpeza. "A alta nos preços dificultou a vida de quem mais precisava", finalizou o Procon.
O estudo completo pode ser visto neste link