Com destaque para os segmentos de vestuários e artigos farmacêuticos, as vendas no comércio varejista de Minas Gerais tiveram avanço de 1,2% em março, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento no estado foi levemente superior ao registrado em todo o país, que apresentou variação positiva de 1%.
Minas registrou o segundo aumento consecutivo em 2022, mas o crescimento em fevereiro foi muito superior (4,3%). Os números compensam as duas quedas anteriores registradas em dezembro de 2021 (-1,9%) e janeiro (-1,2).
No acumulado dos últimos 12 meses, Minas apresentou variação positiva de 1,7%. Por sua vez, na comparação com o mesmo mês de 2021, houve avanço de 4,3%.
Com avanço de 50,3% nas vendas de tecidos, vestuários e calçados, o estado consolidou seus números positivos. O resultado de março ajuda a elevar a variação acumulada do segmento dos últimos 12 meses, que é de 12,6%.
Outro destaque ocorreu no segmento de farmácias, médicos, ortopédicos, perfumarias e cosméticos, com avanço de 17%. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor cresceu 20,6%.
"O segmento de tecidos, vestuários e calçados puxou o crescimento das vendas em Minas. Tivemos uma contribuição relevante nas vendas estaduais e nacionais. Se compararmos as vendas em março com o mesmo período do ano passado, houve avanço de 50,3% no estado, um aumento muito relevante. Esses dados já consideram o efeito inflacionário. Se não fosse isso, esse crescimento poderia ter sido maior", analisou o economista-chefe da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida.
Ele explicou também o êxito no setor de farmácias em outros setores do varejo em Minas: "Tivemos avanço no segmento de livrarias, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que consume itens de primeira necessidade. Ou seja, eles possuem volume de vendas positiva mesmo em períodos de crise. O consumidor consegue deixar de comprar um eletrodoméstico ou eletroeletrônico, mas não pode deixar de comprar algum item em caso de problema de saúde".
O crescimento no varejo por dois meses consecutivos já pode ser um sinal da recuperação do setor, depois de meses em crise em virtude da pandemia do coronavírus. Com as atividades abertas, a expectativa é de que os números possam ser ainda mais positivos no decorrer do ano.
"Houve um processo de flexibilização maior em março. Em janeiro, vimos o avanço da variante ômicron, que limitou a circulação de consumidores nos centros urbanos e estabelecimentos. Mas agora observamos a retomada da economia, possibilitando que o varejo recuperasse seu consumidor, o que afetou de forma positiva", afirma Almeirda.
Em queda
Alguns segmentos que estavam em alta durante o período do isolamento social apresentaram queda em março. Foi o caso dos supermercados e hipermercados, que obteve retração de 3,2% em março. Os equipamentos e materiais para escritórios tiveram queda de 2,5%, enquanto a construção civil apresentou variação negativa de 1% no terceiro mês de 2022.