Os dados fazem parte do Índice Sebrae de Desenvolvimento Econômico Local (Isdel), criado em 2018. A ferramenta analisa cinco dimensões responsáveis por promover o desenvolvimento econômico de uma região: capital empreendedor, tecido empresarial, governança para o desenvolvimento, organização produtiva e inserção competitiva. Na prática, o índice examina não apenas variáveis de riqueza, mas também impactos ao meio ambiente, educação empreendedora, saneamento, entre outras.
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"Muitas vezes, as discussões sobre desenvolvimento econômico estão relegadas a planos desagregados. Se fala em aumentar a riqueza, saúde, educação, segurança e infraestrutura, mas não se discute esses pontos integrados. Mas, são fatores que trazem uma visão objetiva do que é preciso para o desenvolvimento econômico", avalia Felipe Brandão, gerente de inteligência empresarial do Sebrae Minas.
A melhor pontuação da capital mineira foi no quesito tecido empresarial (0,792), que inclui ações de redes de empresas e valores solidários. Logo em seguida, destacaram-se a governança para desenvolvimento (0,778) e inserção competitiva (0,771). Capital empreendedor, que inclui ações de educação e condições empresariais, apresentou o pior índice, com 0,576.
Para Brandão, o Isdel é um instrumento prático para o planejamento da gestão pública dos municípios. "Ele permite um desenho e avaliação prática de políticas e esforços que os municípios precisam empreender para promoção do desenvolvimento econômico local", declara.
Apesar do bom resultado de Belo Horizonte, o indicador aponta que mais de 28% dos municípios mineiros têm um Isdel baixo. Enquanto, mais de 53% têm índice de desenvolvimento econômico médio e apenas sete cidades do Estado figuram no índice mais alto, incluindo a capital mineira.
Brandão ressalta que o objetivo do índice não é gerar competitividade entre as cidades. "Essa classificação possibilita aos gestores públicos e sociedade entender com mais clareza suas vantagens e também pontos de alerta para que se possa criar estratégias e impulsionar o desenvolvimento local e regional. É olhar para essas diferenças e entender o que pode ser feito para chegar lá", destaca.
"É interessante perceber que não são apenas as capitais que possuem um nível de desenvolvimento alto, mas vemos também cidades como Campinas, Joinville, Sorocaba, municípios do interior que apresentam nível de desenvolvimento tão grande quanto as capitais", analisa o gerente do Sebrae.
Nova versão
Com o suporte metodológico do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar-UFMG), o índice, que engloba 106 indicadores de bases oficiais, foi reformulado para oferecer uma análise ainda mais criteriosa sobre o desenvolvimento dos municípios. A nova versão foi apresentada em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (11/05).
A reformulação trouxe agora uma série histórica do índice desde 2016. "Com a reformulação, o Isdel apresentou uma correlação ainda melhor com índices de referência nacional e internacional, como o PIB per capita e o IDH", afirma o professor João Prates Romeno, integrante do Cedeplar-UFMG.
A nova versão também posiciona os territórios em uma escala que varia de 0 a 1, em que quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento econômico da localidade. A diferença entre o índice alcançado e 1 é o quanto o município precisa avançar para atingir o mais alto patamar de desenvolvimento econômico.